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Rondônia, sexta, 03 de maio de 2024.

G1

Indígena faz registro inédito da Língua Paiter Suruí em Sinais como forma de inclusão para filho surdo


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Ibobinha produziu uma série de conteúdos em vídeo ensinado quais são os sinais, como fazer e o que significam. Estudo auxilia na preservação da língua e na inclusão de pessoas com surdez e deficiência auditiva na comunidade Paiter Suruí. Arthur Suruí
Canal Arthur Suruí no YouTube
O indígena rondononiense Ibobinha Suruí fez um estudo inédito: mapeou e registrou a Língua Paiter Suruí em Sinais. A iniciativa foi uma forma de gerar inclusão escolar para o filho Arthur Pamãyãd Suruí e outras crianças com deficiência auditiva, além de perpetuar a memória e a língua do seu povo.
Ibobinha é professor na comunidade indígena Oykatxer Suruqueonde e recém graduado em Educação Básica Intercultural pela Universidade Federal de Rondônia (Unir).
O projeto de mapear e registrar a Língua Paiter Suruí em Sinais foi feito como Trabalho de Conclusão de Curso com o título “Registrando a Língua Paiter Suruí de Sinais: Uma Abordagem Didática Intercultural com Arthur Pamãyãd Suruí da Aldeia Oykatxer Surui”.
Além de registrar os sinais em Paiter Suruí, Ibobinha produziu uma série de conteúdos em vídeo ensinado quais são eles, como fazer e o que significam.
Ao g1, o professor contou ao que, além de ser um projeto desenvolvido para a formação na graduação e de registrar as ações didático-pedagógica numa perspectiva intercultural, o estudo busca promover o reconhecimento da língua de seu povo: tudo instigada pelo filho.
Ibobinha Suruí e o filho Arthur
Ibobinha Suruí
Ao perceber a habilidade de comunicação que Arthur desenvolveu com os colegas, professores e toda a comunidade, Ibobinha cultivou o sonho de identificar os sinais que Arthur utilizava com o objetivo de registrar sua história de superação, imposta pela barreira da audição, e valorizar as línguas indígenas.
Arthur Suruí
Canal Arthur Suruí no YouTube
Segundo o professor, o trabalho é um testemunho vivo da luta pela educação escolar indígena, a preservação da língua e a inclusão de pessoas com necessidades especiais da comunidade Paiter Suruí.
“Realizei o meu sonho. Tenho acompanhado os avanços na comunicação de Arthur e percebo ele aprendendo todos os dias, cada vez mais. Fruto do seu esforço, o estudo desenvolvido pode ajudar a minha comunidade, que também conta com outras crianças como ele”, comenta.
O estudo traz registros de sinais em Paiter, com imagens da sinalização e sua sequência. Para proporcionar uma experiência visual mais completa, imagens e vídeos das sinalizações da Língua.
Aliado à pesquisa, a sinalização feita por Arthur foi documentada e disponibilizada em um canal no YouTube para auxiliar no aprendizado e proporcionar uma experiência visual mais completa da língua.
E os sonhos não devem parar por tão cedo. Ibobinha revela que tem o desejo de expandir o método para que seja possível o registro em sinais de outras línguas indígenas.

Fonte: G1 Rondônia

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