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Rondônia, segunda, 06 de maio de 2024.

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Mulheres querem ser reconhecidas como líderes, mas ainda há barreiras


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Entre as principais buscas das mulheres no mundo corporativo está, especialmente, ser mais reconhecida. É fato que ao longo dos últimos anos houve aumento da presença feminina em cargos de liderança nas empresas, mas muitas mulheres ainda se sentem inseguras para avançar na carreira, marcada por muitos desafios. De acordo com pesquisa conduzida pela Totaljobs, uma organização de desenvolvimento profissional, em 2021, quase metade das mulheres britânicas (46%) sentia que não era boa o suficiente em seus empregos, em comparação com apenas 25% dos homens. Além disso, cerca de um terço das mulheres relataram sentir-se inseguras em relação às suas habilidades e conhecimentos em comparação com seus colegas do sexo masculino.

Existem vários estudos que corroboram a ideia de que as mulheres tendem a ter menos confiança em si mesmas no ambiente de trabalho do que os homens. Outro estudo da Hewlett Packard (HP) descobriu que as mulheres geralmente só se candidatam a empregos se atenderem a 100% dos requisitos, enquanto os homens se candidatam mesmo que atendam a apenas 60% dos requisitos. Esses resultados evidenciam a persistência de desigualdades de gênero no mercado de trabalho, incluindo a falta de confiança das mulheres em suas habilidades e a percepção de que são menos competentes do que seus colegas do sexo masculino.

Cabe a nós, mulheres que ocupam cargos de liderança, não só colocar em discussão nas empresas medidas para melhorar a autoconfiança e o desenvolvimento profissional do público feminino, mas também estarmos atentas em relação à nossa própria autoconfiança e desenvolvimento de habilidades. Eu, por exemplo, considero o autoconhecimento como uma das principais ferramentas para as mulheres conquistarem mais segurança e sucesso na carreira.

Esse processo foi fundamental para mim quando decidi mudar a minha trajetória profissional em 2015. Foi durante uma pesquisa que descobri a profissão de assistente virtual e decidi investir nessa área. Durante essa trajetória, um dos principais ensinamentos que descobri foi a importância de investigar meus próprios talentos para traçar objetivos e alcançá-los. Para isso, é necessário vencer as barreiras que surgem pelo caminho. Encontrar minha própria voz foi um processo desafiador, mas fundamental para construir um discurso autêntico e transmitir minha personalidade.

O autoconhecimento também me permitiu ter foco e me comportar como protagonista da minha própria história. Saber onde quero chegar e seguir minha tríade – sonhar, planejar e realizar – tem sido crucial para não permitir que minhas emoções sabotem minhas ações. Acredito que o fator comportamental é o que mais impede as mulheres de realizar seus sonhos e é por isso que o desenvolvimento pessoal é essencial.

Esse não é um processo linear, onde termina uma fase para começar outra. Embora eu estivesse em busca de me tornar referência na minha área, ao mesmo tempo em que investigava meus talentos, desenvolvi algumas competências transversais que me guiaram para as oportunidades que foram surgindo.  As competências transversais são os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os comportamentos que um profissional vai acumulando como bagagem, e que, quando adicionados aos conhecimentos técnicos da área em que atua, podem criar oportunidades de desenvolvimento e até mesmo de novos caminhos na carreira profissional.

Nós, mulheres, precisamos sim de ambientes que propiciem maior espaço para ocupação de cargos de liderança, segurança e oportunidades de crescimento. Mas um dos caminhos para mudar um sistema é se infiltrando nele. E para isso precisamos priorizar nas nossas rotinas (corridas) buscar – e encontrar – a nossa própria voz. Encontrar a própria voz significa, acima de tudo, estar confortável em ser quem é. Ter segurança sobre suas capacidades e talentos. E não deixar se abater por situações em que colegas homens – sejam seus pares ou liderados – deixam transparecer preconceitos enraizados. É aprender a se posicionar e mostrar sua opinião, independente de quem é o interlocutor. Quando colocamos nossa voz no mundo e nos posicionamos frente a ele, somos capazes de alcançar sucesso em nossa carreira, negócios e marcas pessoais.

*Camile Just é head de Produto na escola de marketing e negócios digitais O Novo Mercado e referência na carreira de Assistente Virtual no Brasil

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Fonte: Revista Exame

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