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Rondônia, sexta, 26 de abril de 2024.

Exame

Reduzir desigualdades é urgente para que “Década da ação” não seja perdida


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Apesar dos esforços empreendidos, o fato é que a pandemia ainda está longe de terminar. Algumas projeções indicam que somente vacinaremos toda a população brasileira no segundo semestre de 2022. Essa realidade exige mobilização e empenho ainda maiores para contribuirmos no fortalecimento das redes da sociedade civil em busca de soluções conjuntas aos grandes desafios que ainda teremos pela frente, principalmente em atenção às populações mais vulneráveis.

É notório que, no Brasil, a crise sanitária trazida da covid-19 afetou os mais pobres, fato que terá impacto também nas políticas públicas para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU.

Nesse cenário de incertezas, um estudo recente da Social Progress Imperative – organização americana sem fins lucrativos, que fornece aos tomadores de decisão informações para a implementação de ações que acelerem o desenvolvimento sustentável – alerta que só alcançaremos as metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em 2082.

Se considerarmos o cenário pandêmico, serão necessários mais dez anos para contemplá-las, período mais do que tardio diante do que precisamos fazer agora e com urgência: a redução das desigualdades e o enfrentamento ao aquecimento global.

A ONU estabeleceu no final de 2020 a “Década da Ação” – um chamamento às lideranças das organizações e governos, para que acelerem e revisem suas práticas em Sustentabilidade e ESG, a fim de que alcancemos os ODS.

Em 2021, no Instituto Neoenergia, definimos em nosso planejamento dar continuidade às ações e aos projetos contemplados, considerando que a pandemia ainda seria um tema crítico e de grande impacto ao terceiro setor.

O desafiador ano de 2020 nos trouxe muitos desafios, mas também muito aprendizado. Reformulamos todos os projetos em carteira, que incluíram desde as ações emergenciais de combate aos efeitos da pandemia, como o enfrentamento à fome e o reforço na atuação em comunidades vulneráveis. Fizemos uma grande revisão de nossos projetos, de forma a seguir impactando positivamente as comunidades e o meio ambiente.

Mesmo se houvesse vacina disponível para a maioria da população e o controle da crise sanitária já em 2021, ainda teríamos um cenário de grande impacto às populações mais vulneráveis, em setores transversais e profundamente afetados, como os da educação, cultura e meio ambiente.

Assim, o Instituto Neoenergia ampliou ainda mais os programas de capacitação das organizações sociais – ONGs e Negócios de Impacto, com o objetivo de prover ferramentas para melhorar sua gestão e conseguir captar recursos para seguir em frente com seus projetos – que passaram por adaptações diante da pandemia.

Continuamos apoiando projetos socioculturais, pensando junto com nossos parceiros as soluções para sair da crise e reinventar o modelo de trabalho. Em parceria com o Instituto Ekloos, ampliamos a capacitação a gestores socioculturais em uma caravana de conhecimento no Rio Grande do Norte, que se estende agora aos estados da Bahia e de Pernambuco.

Além de todas as ações do Instituto, na Neoenergia, doamos mais de R$ 20 milhões para o enfrentamento da pandemia, com a importação de aparelhos de oxigênio, e, recentemente, refrigeradores para o armazenamento de vacinas em 674 municípios do país.

Neste momento de recrudescimento da covid-19, chamamos à reflexão lideranças de toda a sociedade civil para unirmos forças, pois é preciso fazer muito mais.

É urgente que se faça um esforço maior para que o tão sonhado “futuro que queremos deixar para as futuras gerações” seja de fato sustentável, próspero e possível.

Nos próximos dez anos, governos, empresas, cidadãos e o terceiro setor precisarão dar as mãos para promover uma união na realização de ações que podem contribuir para o alcance dos ODS, sem esquecer que a pandemia terá por muito tempo impactos duradouros na curva da desigualdade. O momento para agir é agora.

*Renata Chagas, é diretora-presidente do Instituto Neoenergia.

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Fonte: Revista Exame

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