A dança dos treinadores no Campeonato Brasileiro é capaz até de recuperar o gosto de estreia na 20ª rodada, a primeira do returno. Flamengo, Figueirense e Vasco tiveram novos treinadores em ação no fim de semana — no caso da dupla carioca, foi a segunda troca de técnico neste Brasileiro. A rotatividade, por enquanto, funciona para a maioria dos times: apenas o São Paulo, que trouxe o colombiano Juan Carlos Osorio para a vaga até então ocupada pelo auxiliar-técnico Milton Cruz, viu o aproveitamento cair após a troca de comando — de 66% para 46%. O Brasileiro também mostra, por outro lado, que nada substitui a estabilidade: o melhor desempenho após uma troca de treinador, que pertence ao Santos, não seria o suficiente para desbancar o Corinthians, líder do campeonato, que mantém Tite desde o início.
O sucesso de manter ou trocar o comando passa longe de ser ciência exata, e o G-4 do Brasileiro é prova disso: Corinthians e Atlético-MG, respectivamente líder e vice-líder, não mudaram de treinador no campeonato. O clube paulista tem 71,7% de aproveitamento. O Atlético, de Levir Culpi, atual campeão da Copa do Brasil, aparece com 65%. Grêmio e Fluminense, terceiro e quarto colocados, recorreram à tática de contratar um novo técnico, ambos na 3ª rodada, e também levaram o aproveitamento para o patamar dos 60%.
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Levando em conta apenas os clubes que já passaram ao menos cinco rodadas com novo treinador, o Santos é o que teve melhor desempenho após trocar de técnico: com Dorival Junior, viu o aproveitamento subir para 70%, bem melhor do que os 25% de Marcelo Fernandes. O Joinville ainda não escapou da zona de rebaixamento, mas dá sinais de reação após colocar PC Gusmão no lugar de Adilson Batista: conseguiu passar de 26,6% para 66,6%, com três vitórias, um empate e uma derrota nas últimas cinco rodadas.
Na zona de rebaixamento também não há unanimidade. Três clubes do Z-4 apostaram na mudança de treinandor durante o campeonato, e dois deles — Joinville e Vasco — já trocaram duas vezes. Já o Avaí, que mantém Gilson Kleina desde o início do Brasileiro, é uma espécie de advogado do diabo para os defensores da estabilidade: a equipe catarinense aparece na 18ª posição com apenas 33% de aproveitamento.
Neste fim de semana, Oswaldo de Oliveira, no Flamengo, e René Simões, no Figueirense, começaram com vitória, elemento imperativo para garantir a continuidade do trabalho quando o avanço das trocas de técnico segue quase o mesmo ritmo do próprio campeonato — são 16 mudanças em 20 rodadas. Jorginho, cuja estreia pelo Vasco foi com vitória no clássico contra o Flamengo, pela Copa do Brasil, saiu derrotado em sua primeira partida na Série A, sábado, diante do Goiás.