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Rondônia, segunda, 29 de abril de 2024.

G1

Festa do Divino: Família se mantém à frente do principal ritual festivo rondoniense por quatro gerações


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Festa foi trazida ao Vale do Guaporé por Manoel Fernandes, quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea. Tradição passou por altos e baixos, mas conquistou o título de Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado de Rondônia através de uma Lei Estadual. Festa do Divino Espírito Santo de Rondônia
Divulgação
A Festa do Divino Espírito Santo acontece há 130 anos na região do Vale do Guaporé, fronteira entre Brasil e Bolívia. Apesar dos altos e baixos, a romaria muito tradicional já realizou mais de 126 caminhadas de peregrinação por 40 comunidades ribeirinhas, no Brasil e Bolívia, durante 50 dias.
Recentemente, a festa tradicional foi reconhecida como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado de Rondônia através de uma Lei Estadual. Segundo o governo, o objetivo é enaltecer o valor histórico, cultural e social do principal ritual festivo rondoniense.
Antes desse reconhecimento, a festa enfrentou “altos e baixos” e por muito pouco não deixou de existir. Apesar disso, ela já carrega uma história centenária de tradição.
João Agripino Ramos, um dos herdeiros da tradicional irmandade, contou ao g1 que a festa foi fundado pelo seu bisavô, Manoel Fernandes, depois que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea. Durante esse processo, o bisavô de João se mudou para Cuiabá (MT), onde foi criado pelos bispos da igreja católica, se tornando assim um coroinha.
Os símbolos que compõe o festejo tradicional de Rondônia são heranças das festas que eram realizadas em Vila Bela da Santíssima Trindade (MT): a coroa de prata, bandeira e adereços.
Essa cultura foi desenvolvida no Vale do Guaporé por volta de 1894, passando de pai para filho, até chegar a João Agripino Ramos, a 4ª geração.
Festa do Divino Espírito Santo
Festa do Divino Espírito Santo de Rondônia é tema de documentário
Divulgação
A festividade originou-se do culto a terceira pessoa da Trindade em Portugal, por volta do século XIV. Nessa época, as celebrações eram feitas por meio da oferta de banquetes às pessoas carentes e entrega de esmolas. Mais tarde, durante a colonização do Brasil, os portugueses trouxeram a tradição dos festejos religiosos.
Atualmente, o evento é organizado por devotos afro-brasileiros e bolivianos, e acontece simultaneamente nos dois países. A festa é realizada no Brasil em Mogi das Cruzes (SP), Paraty (RJ) e em Rondônia, único lugar onde acontece em rios.
Segundo a Sejucel, a celebração ao Divino Espírito Santo acontece através de uma única romaria aquática que percorre mais de 1.360 quilômetros do rio Guaporé e seus afluentes: rio Paraguai, rio São Miguel, rio Branco.
Durante 50 dias, tanto nas margens direita quanto na esquerda onde estão localizadas aldeias indígenas e comunidades bolivianas, o percurso passa por 39 cidades, sendo oito bolivianas e 31 brasileiras.

Fonte: G1 Rondônia

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