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Rondônia, terça, 07 de maio de 2024.

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A lógica da proposta de ‘fusão de iguais’ entre Eneva e Vibra


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A Eneva, de térmicas a gás, está propondo uma troca de ações coma Vibra Energia, dona da BR Distribuidora, numa transação que criaria uma gigante de energia com quase R$ 50 bilhões em valor de mercado e uniria empresas com perfis complementares.

De um lado, a Vibra tem uma alta geração de caixa, mas num segmento de margens enxutas e retorno mais baixo nos investimentos. De outro, a Eneva tem um negócio de receita previsível e margens elevadas, mas bastante intensivo em capital – e está mais endividada em meio a uma ampla gama de projetos em construção, que devem dobrar o Ebitda da companhia em dois anos.

“A lógica é unir uma empresa geradora de caixa com outra com bastante experiência em alocação de capital e retorno alto nos projetos”, diz uma fonte próxima à Eneva.

Além disso, há sinergias, com a venda de gás da Eneva para clientes industriais da Vibra, bem como a comercialização via Comerc, adquirida pela Vibra em 2021. Ambas as empresas também tem apostado em projetos de transição energética.

Segundo três fontes ouvidas pelo Exame IN, a ideia da fusão partiu da Dynamo, que tem cerca de 10% de ambas as companhias. A gestora carioca é a maior acionista de Vibra, que tem capital bastante pulverizado.

A Eneva, por sua vez, tem outros dois acionistas de referência: o BTG Pactual, que tem 22% das ações e vem aumentando sua participação, e a Cambuhy, dos Moreira Salles, com 19,7%.

As negociações devem ocorrer de maneira amigável. As conversas informais entre membros dos conselhos de administração começaram em meados deste ano, com o desenho sendo refinado ao longo do último trimestre.

A grande questão deve ficar por conta da relação de troca. A proposta apresentada hoje à Vibra é de uma fusão de iguais, ou seja, cada uma das empresas ficaria com 50% do negócio resultante. A relação de troca prevê um prêmio para o valor de tela da Eneva, que está cotada hoje a R$ 20,7 bilhões na B3. A Vibra vale R$ 25,9 bilhões.

“Quando as conversas começaram, a Eneva valia mais que a Vibra, mas eles tiveram um trimestre excepcional, enquanto a Eneva está com um balanço mais pressionado”, aponta uma fonte próxima à empresa de térmicas a gás. “É uma diferença mais pontual.”

Ainda de acordo com fontes próximas a ambas as empresas, o plano é que Sérgio Rial, hoje presidente do conselho da Vibra, seja o chairman da nova empresa, que teria um novo CEO. Ernesto Pousada, que comanda a Vibra, e Lino Cançado, à frente da Eneva, ficariam à frente de suas respectivas unidades de negócio na empresa resultante.

BTG Pactual e Itaú BBA estão assessorando a Eneva, que conta com assessoria jurídica do Pinheiro Neto e do Spinelli Advogados.

Fonte: Revista Exame

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