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Rondônia, terça, 07 de maio de 2024.

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Mauro Cid gastou US$ 43 mil com cartão de crédito internacional como ajudante de Bolsonaro


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O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, espécie de faz-tudo e chefe da ajudância de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve gastos de US$ 43 mil em um cartão de crédito internacional, entre o começo de janeiro de 2020 e o fim de abril de 2023. Pela cotação média do dólar de cada fatura mensal, o valor equivale a quase R$ 200 mil, sem cálculo de tributos.

Só nos quatro primeiros meses de 2023 as faturas do cartão internacional somaram US$ 11,7 mil (quase R$ 61 mil, sem tributos). Durante quase todo esse período Cid acompanhou Bolsonaro nos Estados Unidos, para onde o ex-presidente seguiu no penúltimo dia de seu mandato e de onde voltou no dia 30 de março.

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Os dados mostram ainda que pelo menos em janeiro deste ano, quando estava nos Estados Unidos, os gastos com cartão de crédito internacional superam o salário do militar. Isso porque a fatura de janeiro somou US$ 6,5 mil (quase R$ 34,2 mil). Cid tinha um salário bruto de R$ 26,2 mil como tenente-coronel do Exército.

Os gastos de Cid com esse cartão internacional foram enviados pelo Banco Central à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro. Os parlamentares já foram informados também pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que Cid movimentou R$ 3,75 milhões em transações atípicas entre 26 de julho do ano passado e 6 de maio deste ano.

A CPMI e a Polícia Federal investigam repasses de dinheiro feitos por Cid, e pelo seu pai, Mauro Lourena Cid, para Bolsonaro e para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Na Operação Lucas 12:2, deflagrada na última sexta-feira, 11, policiais apontaram indícios de que Cid, seu pai, e outros militares sacaram dinheiro em espécie e depositaram ou entregaram para o ex-presidente e Michelle. A PF suspeita que ao menos parte desse dinheiro veio da venda ilegal de presentes do acervo presidencial, como relógios e joias entregues a Bolsonaro pela ditadura da Arábia Saudita.

A polícia investiga ainda se Cid usou parte desse dinheiro para recomprar joias do acervo presidencial que tinham sido vendidas ou colocadas à venda nos Estados Unidos.

Ainda nessa operação, policiais citaram que, em um áudio apreendido pela PF, Cid falava que seu pai tinha US$ 25 mil em espécie que precisavam ser entregues a Bolsonaro.

Parlamentares governistas da CPMI querem quebrar o sigilo bancário de Bolsonaro e Michelle para tentar verificar quanto dinheiro eles receberam de Cid.

Quando foi preso em maio, Cid tinha US$ 35 mil guardados em um cofre, que foram apreendidos pela PF. Ele foi detido em outra investigação da PF que apura se militares da ajudância de ordens ajudaram Bolsonaro a falsificar sua carteira de vacinação para simular que estava imunizado contra o coronavírus.

Entre os dados enviados para a CPMI, o Banco Central também apontou que Cid fez uma compra de US$ 70,5 mil (cerca de R$ 368 mil) em moeda americana, no dia 12 de janeiro. A compra foi feita pelo Banco do Brasil e o dinheiro foi depositado em sua conta americana na mesma instituição. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) considerou essa transação atípica.

“Destacamos o envio de ORPAG [ordem de pagamento] para o exterior, valor de R$ 367.374,56, em 12/1/2023, País: Estados Unidos e beneficiário o analisado. Considerando a movimentação elevada, o que poderia indicar tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio, e demais atipicidades apontadas, comunicamos pela possibilidade de constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se”, diz o texto do documento.

Fonte: Revista Exame

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