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Rondônia, sexta, 26 de abril de 2024.

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Carne feita em impressora? Cientistas criam ‘bife’ de Wagyu


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Já pensou em comer uma carne feita em impressora 3D? Cientistas japoneses começaram esse teste. Eles criaram um bife artificial de Wagyu, o corte mais caro do mundo — cujo quilo chega a custar 700 reais. Os resultados foram publicados no jornal Nature Communications.

Para conseguir chegar a uma versão parecida com a real, os cientistas tiraram de vacas wagyu dois tipos de células-tronco, que foram modificadas em laboratório até se transformarem na carne que eles queriam criar.

Como resultado, eles criaram estruturas como músculos e gordura, a fim de trazer uma peça que realmente se aproximasse da versão original. Depois de organizar cada pedacinho da carne de laboratório, eles ainda resfriaram o bife a uma temperatura de 4°C, até chegar na versão final.

O resultado deles foi uma carne do tamanho de um grão de feijão: com 5 milímetros de diâmetro, outros 5 milímetros de espessura e 10 milímetros de comprimento. Além disso, esse pedacinho ainda não é comestível, como informou o G1.

Carne feita em laboratório: ainda distante da versão natural, mas cientistas querem chegar ao máximo possível parecido com o originalNature Communications/Divulgação

Mesmo assim, os cientistas seguem confiantes no futuro das pesquisas e acreditam que será possível, eventualmente, chegar a um modelo que seja totalmente produzido em laboratório e comestível.

Fato é que eles não estão sozinhos nessa busca. De acordo com estimativas recentes, o mercado de carne à base de células deve movimentar 140 bilhões de dólares na próxima década. Por enquanto, tornar esse processo rentável ainda está longe de ser realidade: hoje, a carne de laboratório custa até 10 mil reais o quilo para ser produzida.

Entre as empresas que olham para esse mercado “do futuro”, estão a holandesa Mosa Meat e a Eat Just, cujas vendas de carne criada em laboratório foram aprovadas em Cingapura.

Além delas, startups como a Memphis Meats, Aleph Farms, BioTech Foods e SuperMeat também querem disputar esse mercado.

As startups de carne de laboratório cresceram de um pequeno grupo em 2016 para pelo menos 60 atualmente, de acordo com a consultoria Lux Research. O setor quer tornar a produção mais humana e ambientalmente sustentável e atraiu financiamento de capital de risco recorde em 2020.

“Não há dúvida de que isso é viável”, disse Ido Savir, CEO da SuperMeat, que abriu uma cozinha de teste para frango cultivado em Israel. “É uma questão de quanto tempo vamos levar para ir de um cenário-piloto, onde estamos, para uma escala comercial.”

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Fonte: Revista Exame

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