Conectado por

Rondônia, sexta, 26 de abril de 2024.

Exame

Com halving, bitcoin terá transformação radical na segunda-feira


Compartilhe:

Publicado por

em

O mercado de criptomoedas vai passar por mais uma transformação na próxima semana. Na segunda-feira, 11, o bitcoin terá seu terceiro halving. O evento, que ocorre em média a cada quatro anos, divide pela metade as recompensas que os usuários recebem para minerar a moeda virtual. A previsão é que o novo corte ocorra entre às 20h e às 23h30.

Para entender melhor é preciso explicar que o bitcoin foi criado em 2008 e que, em seu projeto inicial, previa a criação de apenas 21 milhões de unidades até 2140. Até agora já foram criados pouco mais de 18,3 milhões de moedas.

Essa criação ocorre pelo processo de mineração da moeda. Frações das novas unidades são obtidas por usuários que rodam programas em seus computadores com o objetivo de manter ativa a rede blockchain que possibilita todo o tráfego financeiro virtual.

Isso exige investimentos em poder computacional e em energia elétrica. No cenário atual, o processo só pode ser lucrativo caso ocorra em países com baixíssimo custo de instalações elétricas, como o Paraguai, e com centenas de computadores ligadores ao mesmo tempo numa espécie de fazenda virtual.

E o halving chega para o azar de quem gostaria de criar a própria rede de mineração neste ano. O mecanismo de controle ocorre sempre que 210.000 blocos na blockchain. Cada bloco é composto de até 2.600 operações financeiras que são registradas na rede e vai dividir metade as recompensas dos mineradores.

Em 2008, quando o bitcoin passou a ser transacionado, cada bloco criado gerava 50 bitcoins para os mineradores. No primeiro halving, a quantidade caiu para 25, depois para 12,5 e agora serão pagos apenas 6,25 bitcoins para os mineradores por cada bloco validado. Isso significa que serão mineradas cerca de 900 moedas por dia e não mais 1.800.

 

Valor pode subir?

No momento da publicação desta reportagem, o bitcoin estava cotad0 em 9.900 dólares nas principais corretoras do mercado. Como se trata de um ativo com grande especulação, não há qualquer previsão concreta sobre o que vai acontecer com o valor após o evento.

Para Rocelo Lopes, CEO da Stratum, um grupo empresarial que atua com criptoativos, o momento é de cautela e o investidor não deve comprar antes do halving porque pode ocorrer uma desvalorização do ativo virtual uma vez que grandes detentores do mercado estariam esperando uma valorização da moeda para realizar vendas imensas e, com isso, despencar o valor do ativo virtual.

Segundo ele, grande parte dos mineradores já vendeu as moedas que serão mineradas a preço futuro. “Esses investidores não estão preocupados com o preço porque eles já têm caixa suficiente para suas operações uma vez que alguém já fez uma oferta de compra”, afirma.

“Eu espero uma retração de 30%, o que faria com que o valor caísse para cerca de 7.000 dólares”, diz o empresário. “Não vá pelo ímpeto do mercado porque é isso que os grandes players querem. É um mercado desregulamentado e que muitas pessoas atuam com informações privilegiadas”, diz.

Nas previsões de Lopes, o bitcoin deve encerrar o ano avaliado por volta de 15.000 dólares por unidade com uma valorização massiva ocorrendo a partir de setembro, quando o preço deverá se estabilizar. “Não dói esperar duas ou três semanas. É um momento de paciência.”

Diretor do Mercado Bitcoin, uma das principais corretoras de criptomoedas no Brasil, Fabrício Tito tem uma opinião diferente. Para ele, haverá volatilidade em relação ao evento de segunda-feira, mas este ainda é um bom momento para que o novo investidor entre no mercado. “O valor já subiu bastante e é uma moeda volátil, mas é uma boa oportunidade para quem não está preocupado com o retorno no curto prazo.”

Para ele, o cenário complexo da economia global que sofre com os impactos do coronavírus pode ser positivo para os resultados no longo prazo. “Já há muitos investidores que olham para o bitcoin de forma diferente. É uma moeda que pode servir como proteção contra as interferências de Bancos Centrais, por exemplo”, afirma.

Fonte: Revista Exame

Compartilhe: