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Rondônia, quinta, 28 de março de 2024.

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Arroche mais, Energisa!


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A íntegra do artigo redigido pelo professor mais polêmico da Região Norte do Brasil

Professor Nazareno*

Com um largo sorriso estampado no rosto, eu vejo de camarote agora em Porto Velho e em todo o Estado de Roraima algumas pessoas reclamarem do preço mensal em suas contas de luz. De um modo geral, os rondonienses merecem mais este castigo em suas vidas. Acomodados e entreguistas, a maioria dos cidadãos deste Estado pedia todos os dias a privatização da antiga Ceron.

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Por burrice, maldade ou estupidez mesmo não ouviam os clamores dos coitados dos sindicalistas e dos funcionários de que esta privatização absurda elevaria sobremaneira os preços das tarifas. Não deu outra: apesar de termos várias hidrelétricas por aqui, pagamos uma das mais altas tarifas de energia elétrica do Brasil. Capitalistas e “bolsomínios” de carteirinha, muitos imbecis e idiotas imploravam não só pela privatização, mas também pela venda total daquela empresa.

A Energisa nada mais é do que uma singela amostra do Capitalismo em terras karipunas. Para ela, lucros e privilégios. Para os otários dos consumidores “pau no lombo” e tarifas exorbitantes. Além de possuir muitas hidrelétricas, Rondônia é o Estado campeão brasileiro de queimadas. Ninguém no país incendeia mais a Amazônia do que os rondonienses. Não só tocam fogo na mata, como parece que têm uma vocação nata para destruir o meio ambiente. O Estado foi “colonizado” por sulistas e por isso o “fogo” sempre foi um dado cultural por aqui, “cultural e até econômico”, como confirmou recentemente um político. Rondônia é filha direta das queimadas e da devastação, por isso conviver com a fumaça é algo normal. Construir hidrelétricas para beneficiar forâneos é outra coisa corriqueira. Índios querendo energia elétrica é surreal.

Uma pena que só privatizaram até agora a Ceron. Deviam ter feito isso com tudo o que existe por aqui. Privatizem a ponte escura, o espaço alternativo, os viadutos sem serventia, as ruas esburacadas, os hospitais públicos (o “açougue” e o HB), todas as escolas, o aeroporto, o porto, a UNIR, a cidade e o Estado. Privatizem o rio Madeira e o pouco que ainda resta da floresta amazônica. Para andar pelas ruas de Porto Velho, cada cidadão deveria pagar uma quantia a alguém. Nada de escola gratuita ou hospital que atende sem cobrar. O atual deputado federal e ex-prefeito de Porto Velho, Dr. Mauro Nazif, disse recentemente: “Vá embora de Rondônia, Energisa!”. Concordo com ele. Vá embora, mas, por favor, mande outra concessionária de energia mais radical ainda para ver se esses rondonienses folgados aprendem a valorizar o que é seu. “Quando tudo for privado, seremos privados de tudo”. Quanto será que vale um Estado como Rondônia?

*É professor em Porto Velho

 

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