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Rondônia, sexta, 26 de abril de 2024.

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Depressão se tornou um problema de saúde pública, aponta OMS


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Considerada uma das doenças de maior impacto social do mundo, a depressão se tornou um problema de saúde pública.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que hoje, no planeta, há 350 milhões de pessoas com este mal. As mulheres são as mais afetadas: 1 a 2 mulheres em cada 10 têm depressão pós-parto; esta é a segunda causa de mortes em pessoas de 15 a 29 anos.

A OMS considera que é a principal causa de incapacitação do mundo e ocupa o quarto lugar entre as 10 principais causas de doenças.

Só no Brasil são perto de 11,5 milhões de pessoas com esse transtorno, ou seja, 5,8% da população total. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em 2013, que 10,2% dos brasileiros com 18 anos ou mais que estavam fora do mercado de trabalho (um em cada 10) sofriam de algum tipo de depressão. Isso de um total de 61,8 milhões de pessoas que não trabalhavam ou nem procuravam emprego.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde 2015 – Indicadores de Saúde e Mercado de Trabalho. Em relação ao sexo, tanto no domínio da população de 18 anos ou mais quanto no da população ocupada desta mesma faixa etária, as mulheres apresentaram percentual de prevalências de depressão com elevado diagnóstico: 10,1%.

O problema é tão sério, que em julho, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, se reuniu com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para discutir ações voltadas para a prevenção às mortes precoces e a automutilação. O encontro tratou sobre a implementação da Lei 13.819, que cria a notificação compulsória, pelos estabelecimentos de saúde e educação, nos casos de violência autoprovocada. A lei prevê a criação de um sistema nacional de combate às mortes precoces por meio de campanhas de prevenção.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registra pelo menos 11 mil suicídios por ano. Osmar Terra ressaltou a importância de combater a epidemia no Brasil, e apontou que o trabalho em conjunto de diversas áreas, como Cidadania, Educação e Saúde, é fundamental para reduzir os índices no país.

Rondônia

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE), a depressão, distúrbio afetivo que ocasiona a queda do humor, atualmente atinge 67 mil adultos em Rondônia. O diagnóstico da doença corresponde a 5,6% da população do estado, sendo que a prevalência é de 8,3% nas mulheres e 2,8% nos homens.

Segundo dados da Polícia Civil, entre 2015 e 2018, foram 398 mortes precoces e 45 municípios tiveram registros de pelo menos uma morte precoce nos últimos quatro anos.

Já o Mapa da Violência aponta que Rondônia apresenta uma taxa de 4,9 óbitos precoces a cada 100 mil habitantes, ficando na 19ª posição nacional. Todas possivelmente decorrentes após a depressão.

Em Porto Velho funcionam três Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs) municipais e um estadual. No interior, as grandes cidades contam com os serviços dessas unidades. No Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, os médicos avaliam a necessidade ou não de internação especial. “Se não fosse o apoio dos CAPs, não sei que rumo minha vida teria tomado. Foram anos de luta com minha mulher contra o câncer. Quando soube que ela não tinha mais chances de cura, era como se meu mundo tivesse desabado, fiquei sem rumo. A orientação e o apoio de um profissional qualificado foram determinantes para eu seguir em frente”, afirmou Franciomar Santos, de 58 anos, que há três anos perdeu a esposa após um câncer de mama.

Despertar para a Vida

O projeto Despertar para a Vida é idealizado pela deputada federal Jaqueline Cassol (PP), em parceria com a Fundação Milton Campos, com objetivo de oferecer gratuitamente ciclos de palestras e capacitações para educadores, sejam eles da família, escola ou comunidade.

O primeiro ciclo no interior contou com palestras em Vilhena (09 de agosto), Cacoal (22/08), Espigão do Oeste (23/08) e Rolim de Moura (24/08). Em todos os casos, a proposta foi bem recebida e com grande sucesso entre os participantes, com auditórios lotados em todos os eventos. A organização calculou quase 1 mil pessoas nas atividades, sendo 342 somente em Cacoal.

Ao todo, serão três ciclos com a temática de combate à depressão e ansiedade, voltada para educadores e demais interessados. A previsão é que o interior receba outros dois ciclos até o final do ano.

Porto Velho recebe o Despertar para a Vida no próximo dia 09 de setembro (sexta-feira), às 19 horas, no auditório da OAB, na Rua Paulo Leal. A condutora da palestra “Cuidados com a Saúde Mental e Gerenciamento das Emoções para Valorização da Vida”, será Késia Mesquita, do Piauí, que é presidente do Centro Débora Mesquita e coordenadora do Programa de Acolhimento dos Enlutados por Suicídio (PAES). Esse tema já foi trabalhado e aprovado pelo público do interior do estado.

As inscrições são gratuitas e as vagas limitadas. Os interessados devem fazer as inscrições antecipadamente no site: sympla.com/despertarparaavida.

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