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Rondônia, sábado, 15 de junho de 2024.

Política

Mesa Redonda de segurança pública sobre Bullying e Cyberbullying no ambiente escolar é realizada pela Alero durante 11ª RRSI


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Mesa Redonda (Foto: Rafael Oliveira I Secom ALE/RO)

Na manhã da última terça-feira (21), a Assembleia Legislativa de Rondônia, por meio de sua Assessoria Militar, comandada pelo tenente-coronel da Polícia Militar, Emanoel Lourenço do Nascimento, realizou uma mesa redonda sobre bullying e cyberbullying durante a 11ª edição da Rondônia Rural Show, que acontece no Parque Tecnológico Vandeci Rack em Ji-Paraná.

Os palestrantes foram o coronel da reserva remunerada da PM, Marcos Cleito Freire Lopes, e o coronel do Corpo de Bombeiros de Rondônia, Francisco Pinto Andrade Araújo e a mediação ficou sob responsabilidade do tenente-coronel Emanoel Lourenço do Nascimento.
“Bullying é uma intimidação sistemática. Ela pode ser de qualquer natureza, contudo, ela precisa gerar incômodo a uma ou um grupo de pessoas específicas. Imaginem que alguém conte uma piada ou um gracinha com alguém que não se sente à vontade com essa brincadeira, com essa piada. A gente diz nesse meio que determinados comportamentos só são engraçados e divertidos se todos se sentirem felizes”, explicou o coronel Marcos Freire.
Que segue: “Se uma pessoa não se sentiu confortável com isso, é hora de fazer uma reflexão se é interessante se continuar com essa brincadeira. Às vezes pode parecer algo simples, como não chamar um amigo para uma roda de conversa no intervalo da escola. O comportamento repetitivo e continuado dessa postura, ele é uma forma de intimidação sistemática, que é uma form de bullying”.
O representante da Polícia Militar de Rondônia ainda reforça: “Você tem três figuras e uma situção de bullying, que é a vítima, quem causa o bullying e quem aparentemente não tem tanta importância, mas onde ela presencia esse evento. Normalmente você tem um grupo de pessoas, onde uma pessoa tira uma brincadeira e caracteriza uma segunda pessoa com o bullying que é a vítima. E tem um grupo de pessoas que testemunham isso. O que acontece normalmente é a relação entre o causador e a vítima e essas pessoas não se posicionam, não adotam nenhum comportamento acerca desse comportamento ou postura”.
Estudantes de escolas públicas de Ji-Paraná Participam da atividade (Foto: Rafael Oliveira I Secom ALE/RO)


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FACULDADE SAPIENS

 

Ele ainda dá dicas de perguntas que podem ser feitas para evitar a prática: “Aí existem questões: o quanto eu me preocupo com essa pessoa para que isso não torne a acontecer e se torne algo repetitivo? A segunda coisa: o quanto estou preocupado com esse ambiente em torno de mim enquanto isso em um outro momento poderá me afetar? Ou seja: eu posso ser a próxima potencial vítima de isso acontecer. E isso estamos falando do bullying presencial”.
Marcos Freire ainda comentou o que é o “cyberbullying, que é a intimidação virtual, que hoje incomoda milhares, milhões e até bilhões de pessoas. A pergunta que eu faço é: o que devo fazer para que isso não tome uma grande proporção, maior do que ela já tomou? Como eu devo agir quando vejo um amigo ou pessoa próxima passando por isso? E o ciberbullying pode ser pior, pois eu posso estar no quarto e meus pais na sala. E sua imagem pode ser lançada junto a uma situação vexatória”.
Para o oficial aposentado da Polícia Militar de Rondônia, o melhor caminho ainda é a conversa:
“O primeiro passo é tentar demover aquela pessoa do que está acontecendo. A interferência ainda que momentânea, pode surtir o efeito, que ainda que a pessoa que gera aquela condição, se sinta observada. Naquele primeiro momento, ela pode não parar aquilo que esteja fazendo, mas ela vai identificar que alguém viu seu comportamento não é adequado. A segunda dica é que vocês procurem pessoas que têm mais experiência do que vocês. No ambiente escolar, pode ser um supervisor ou professor, por exemplo. Uma pessoa que possa orientar quais caminhos você possa seguir. O que não pode é você enfrentar esse distúrbio, essa anomalia sozinho”.
Para ele, em último caso, as autoridades devem ser acionadas para combater a prática, que já é considerada crime.

“Se a gente falar com a pessoa, falamos com as pessoas experientes da escola, chamei meus pais e não resolveu? Então que chamemos as autoridades. Houve mudança nas leis, então aciona 190 ou chama na delegacia. Os policiais militares vão até o local e atenderão da melhor forma possível. Muitas desses problemas, apenas com conversas e tratativas são resolvidos”.
Marcos Freire ainda deixou uma mensagem no fim de sua palestra: “O importante é que os alunos tenham empatia uns pelos outros e gerem um ambiente de paz e tranquilidade no ambiente escolar para que os estudantes possam desenvolver suas atividades. Um evento desse quando acontece, tanto o bullying quanto o cyberbullying, é que o aluno é obrigado a frequentar um local que faz muito mal a ele. Então precisamos encontrar formas de lidar com isso, já que o foco é o aprendizado. A pessoa não pode deixar de ir para a escola. Mas existem casos de pessoas que nunca mais voltaram à escola depois desses fatos. Isso é muito sério”.

Legislação
Antes da segunda palestra com o coronel do Corpo de Bombeiros de Rondônia, Francisco Pinto Andrade Júnior, foram exibidos dois casos onde o bullying nas escolas resultaram em assassinatos em massa. Um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo.
“As novas leis criaram duas tipificações do bullying que são crimes. E as pessoas tem que entender que é um assunto sério, pois quando o João sofre com isso, atinge todo o entorno do João. A sociedade toda é impactada. A família do João vai sofrer. As famílias dos amigos do João vão sofrer e os amigos dele vão sofrer. Somente em janeiro de 2024 foi tipificado o bullying e o cyberbullying como condutas infracionais. E o cyberbullying é considerado mais grave, porque o bullying acontece no ambiente escolar e o cyberbullying ela ocorre 24 horas todos os dias. E a gente não tem um parâmetro de onde isso vai parar”, afirmou o coronel do Corpo de Bombeiros de Rondônia, Andrade Júnior.
Ele continua: “E agora isso se tornou pior, porque existem até grupos de mensagens que são criados para falarem mal de determinadas pessoas. Isso é muito grave e danoso. Não podemos aceitar esse tipo de conduta e que isso se propague como algo certo. Uma brincadeira só é sadia quando todos participam e gostam dela”.

 

Palestrantes foram o coronel da reserva remunerada da PM, Marcos Cleito Freire Lopes, e o coronel do Corpo de Bombeiros de Rondônia, Francisco Pinto Andrade Araújo (Foto: Rafael Oliveira I Secom ALE/RO)

 

O oficial ainda comentou que pode ser formada uma rede de apoio dentro do ambiente escolar: “Temos que implementar uma prática que chamamos de compliance escolar, onde os membros da comunidade sejam treinados e orientados para lidar com as práticas do bullying e cyberbullying. Os alunos também tem que der um espaço para diálogo. Uma sugestão que damos é uma caixinha onde eles possam colocar bilhetinhos, onde elas possam informar se estão sofrendo ou se sabem de alguém que sofra bullying”.
Andrade Júnior ainda destacou que o bullying e o cyberbullying ainda podem gerar consequências graves, incluindo mortes.
“Infelizmente, lidamos com muitas ocorrências envolvendo suicídio. O bullying pode gerar uma série de consequências sérias, como depressão no aluno que está sofrendo, ansiedade, queda no rendimento escolar. Situações de revolta que podem culminar em assassinatos e até suicídios. E ele é só um dos resultados que podem acontecer com o bullying”.

Texto: Felipe Corona I Secom ALE/RO

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