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Rondônia, quinta, 16 de maio de 2024.

G1

Vivendo da floresta: moradores dependem da natureza e da criatividade para sobreviver em reserva


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Casal realiza a extração da polpa do cupuaçu e da castanha-do-Brasil e dá uma destinação diferentes aos resíduos que sobram. Morar isolados foi uma escolha e eles não se arrependem. Casal vende castanha e produtos de cozinha feitos com casco de cupuaçu
Emily Costa/g1 RO
Francisco Luís — mais conhecido como “paçoca” — e Ermosina Costa moram no núcleo de Pupunhas, a única comunidade dentro da Reserva Extrativista (Resex) Lago do Cuniã, em Porto Velho, que tem acesso terrestre (mas somente no período da seca). Para sobreviver, eles dependem de duas coisas: a natureza e a criatividade.
O casal produz de cocada à artesanato. A matéria prima eles encontram no quintal de casa: cupuaçu e castanha-do-Brasil. Além disso, juntos, eles aproveitam restos de madeira e galhos para personalizar paneiros [cesto] de roupa, vassouras e outros objetos.
Comunidade de Pupunhas é a única que possui acesso terrestre na Reserva
Emmily Costa/g1 RO
Essa reportagem faz parte da série “Vivendo da floresta”, do g1, que conta as histórias de moradores que vivem dentro da Reserva Extrativista Lago do Cuniã em Porto Velho. Lá, a existência e o sustento dependem da preservação da Amazônia. Confira a história dos extrativistas:
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‘Tudo no quintal de casa’
Aos 65 anos, Francisco Luís, que trabalhou a vida inteira com a pesca dentro da Resex, agora é aposentado e se dedica na extração de frutos nativos e na produção de artesanato. Sua esposa, Ermosina Costa, nascida e criada em Porto Velho, optou por se mudar para a reserva há mais de 28 anos para construir uma vida ao lado do marido.
Produtos feitos com casco de cupuaçu
Emily Costa/g1 RO
O casal realiza a extração da polpa do cupuaçu e da castanha-do-Brasil e dá uma destinação diferentes aos resíduos que sobram:
Os cascos do cupuaçu são transformados em porta-lápis, copos e cuias feitas por Francisco;
A castanha-do-Brasil torna-se a matéria-prima para as deliciosas cocadas e paçocas preparadas por Dona Ermosina.
Cocada de castanha-do-Brasil feitas por Ermosina
Emily Costa/g1 RO
Além disso, galhos e pedaços de madeira recebem uma nova vida nas mãos do casal, e viram paneiros (cestos), vassouras e tábuas para cozinha.
“Aqui a gente faz de tudo um pouco e é mais fácil porque está tudo na nossa área. É só ir ali no quintal, explica o morador.
O comércio da família
A Pupunhas é a única comunidade com acesso terrestre no Lago Cuniã, mas a estrada tem um período muito específico para aparecer: durante a seca. O caminho fica localizada um quilômetro depois do distrito de São Carlos.
Estrada que dá acesso a comunidade de Pupunhas, que fica intrafegável no periodo de chuva
Emily Costa/g1 RO
No período de chuva, essa estrada fica intrafegável. Pra ter acesso à comunidade só restam dois caminhos: por barco ou por uma trilha conhecida exclusivamente pelos locais.
Ao chegar na comunidade de Pupunhas, a primeira residência vista é de seu Francisco. Em sua casa, ele possui um “comércio” construído com palha, onde comercializa os produtos artesanais, a castanha in natura e iguarias preparadas por sua esposa.
Comércio de Franscisco e Ermosina na comunidade de Pupunhas dentro da Resex
Emily Costa/g1 RO
Francisco destaca que as vendas desse estabelecimento contribuem para a renda familiar e muitos moradores visitam diariamente e compram diversos utensílios.
“De pouco em pouco a galinha enche o papo”, comenta.
Como é incomum o encontro com visitantes dentro da reserva, o comércio da família exibe um mural com várias fotos antigas com retratos tanto de moradores locais quanto de pessoas especiais que passaram pela comunidade.
Mural de retratos de moradores e visitantes no comércio
Emily Costa/g1 RO
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Fonte: G1 Rondônia

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