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Rondônia, domingo, 19 de maio de 2024.

Exame

A empresa dele ficou 18 meses com ‘receita zero’. Agora, vai movimentar R$ 1 bilhão com ingressos


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Houve poucos setores econômicos tão afetados pela pandemia como o de eventos. Com shows e festas suspensas por quase dois anos inteiros, a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape) calculou que as empresas dessa categoria deixaram de faturar ao menos R$ 230 bilhões entre 2020 e 2021.

A Bilheteria Digital que o diga. A empresa que fornece tecnologia e plataforma para venda de ingressos viveu 18 meses de “receita zero”, diz o CEO Guilherme Feldman. Por isso, ele quase não acredita que agora, apenas pouco mais de um ano após o arrefecimento da pandemia, seu negócio esteja passando pelo melhor momento, chegando próximo a uma movimentação de R$ 1 bilhão na plataforma.


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“A gente está em um momento maravilhoso, o mercado está muito aquecido”, afirma.

Caso a previsão de bater o R$ 1 bilhão se concretize, significará que a Bilheteria Digital dobrará de tamanho em relação a 2022, quando movimentou R$ 500 milhões. Esse número está apoiado em novos contratos e também em um aquecimento geral do setor. 

“Os clientes que já são da base estão aumentando muito a venda, e isso puxa a Bilheteria Digital”, diz Feldman. “E fazemos um trabalho também de atuar com clientes menores, com produtores pequenos com potencial de crescimento”. 

Como a Bilheteria Digital atravessou a pandemia 

Não foi fácil para a Bilheteria Digital atravessar a crise de covid-19. Na semana em que foi decretada a pandemia, a empresa acabara de realizar um evento para contar as novidades que esperavam para 2020. E que não aconteceram.

“Foram 18 meses com receita zero. E não tem livro que mostre como sobreviver com receita zero”, diz Feldman.

Como sobreviveram, então? “Um dia de cada vez”, diz o executivo. A decisões foram:

  • Não demitir os funcionários e usar como apoio programas governamentais que ajudaram o setor para manter os empregos.
  • Renegociar dívidas com bancos e contratos com fornecedores.
  • Sócios aportaram dinheiro na operação. 

Hoje, Feldman entende que o fato de ter mantido os empregos durante a pandemia ajudou no momento de retomada, porque já tinha uma equipe por dentro dos processos e da cultura da empresa. 

“A gente saiu da pandemia muito bem preparado para atender a demanda que estava explodindo”, diz. “Dobramos o tamanho em 2022 em relação a 2019”.

Como a Bilheteria Digital trabalha

O negócio da Bilheteria Digital é ajudar o produtor do evento a vender ingresso. Ela faz isso fornecendo tecnologia, infraestrutura e suporte técnico. Além da plataforma de marketplace, também dá outros produtos, como os equipamentos e softwares para processar as entradas nos locais de evento. 

Atualmente, está em várias frentes de evento, como shows, palestras, jogos de futebol e workshops. A empresa se posiciona nacionalmente, inclusive com sete escritórios espalhados pelo país. 

Um dos clientes da empresa é a turnê Tardezinha, um projeto do cantor Thiaguinho. Com esse evento, foram mais de 1.000 ingressos vendidos por minuto e mais de 100 mil acessos simultâneos.

“Ela trouxe um desafio operacional gigantesco”, afirma. “Explodiu a quantidade de pessoas com venda de ingresso. Passaram de 70 mil pessoas. Hoje, até os estádios de futebol não chegam nessa quantidade. E é um evento que está passando por 25 cidades, então também testou nossa presença nacional”.

Outros destaques são Universo Parallelo, de música eletrônica, e o Festival de Parintins. A Bilheteria Digital fatura com uma taxa de conveniência aplicada sobre o valor do ingresso. Normalmente, ela varia entre 10% e 20%.

A história da Bilheteria Digital

A Bilheteria Digital foi fundada em 2009 em Brasília e passou por uma época de forte crescimento na virada da década, quando adquiriu a empresa goiana Ticket Plus. Naquela ocasião, passou de 50 para 500 eventos simultâneos. “Mas aí, veio a velha história que a empresa cresce mais rápido do que sua estrutura aguenta”, diz o executivo.

Em meados de 2018, então, a empresa foi vendida e Feldman assumiu a gestão executiva da operação. Ele já tinha feito, anos antes, uma startup de venda de ingressos e já trabalhava na Bilheteria Digital. 

“Sou filho, neto e bisneto de empreendedores”, afirma Feldman. “Ao longo do segundo ano do ensino médio, em algum momento pensei em ser médico, mas durou pouco. Sempre quis empreender. Fiz administração, lancei a empresa de tíquetes com meu irmão, depois ela se integrou à Bilheteria Digital, onde estou desde então”.

Quais são as metas da Bilheteria Digital

A Bilheteria Digital quer fechar 2023 com a meta de ter próximo ao R$ 1 bilhão movimentado na plataforma, contando a parte do produtor e a parte da empresa. A expectativa, no início do ano, era que chegasse aos R$ 700 milhões, mas o número já foi revisto. 

“Eu nunca errei tanto a projeção, mas ainda bem”, diz Feldman. “A gente entrou mirando R$ 700 milhões, mas estamos com novos contratos fechados que vão performar neste ano, estamos prevendo acima de R$ 900 milhões, com uma meta mais ousada de bater R$ 1 bilhão. É marcante. Por muito tempo, olhamos para o bilhão como uma realidade distante”.

Agora, porém, está bem perto. Mais um número a somar com os 30 milhões de ingressos emitidos e 50 mil eventos realizados.

Fonte: Revista Exame

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