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Rondônia, quarta, 29 de maio de 2024.

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Educação do Campo tem formação em escolas rurais


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Trabalho de campo foi realizado por professores e alunos da UNIR em escolas rurais e propriedade camponesa agroecológica

Entre os dias 28 e 29 de abril, os acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), campus Rolim de Moura, participaram de atividades de formação em escolas rurais e em uma propriedade camponesa agroecológica da região. Trata-se de um trabalho de campo, previsto no currículo da graduação em Educação do Campo da UNIR, voltado para a formação crítica dos futuros docentes que irão atuar nas escolas rurais.

Nesse curso as aulas são ministradas em regime de alternância entre dois tempos educativos, em sistema de semi-internato: o tempo Universidade (TU), com aulas teóricas no ambiente acadêmico, e o Tempo Comunidade (TC), com aulas teóricas e práticas em comunidades do campo. A formação é realizada dessa forma porque o processo de ensino-aprendizagem dos futuros docentes precisa estar totalmente conectado com a realidade local.


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FACULDADE SAPIENS

Essa ação mais recente do Tempo Comunidade, ocorrida em abril, proporcionou que  docentes e discentes do curso visitassem a Escola Família Agrícola (EFA) Dom Antônio Passamai, a Escola do Campo Sílvio Rodrigues, do Assentamento 14 de Agosto em Jaru, e a propriedade camponesa agroecológica dos alunos Cleide Aparecida Maximiano e Carlos Roberto de Oliveira, na cidade de Alto Paraíso. O objetivo da atividade de campo foi identificar e compreender, na prática, as especificidades de uma educação voltada para os povos do campo, além de buscar compreender os processos de produção agrícola com a instrumentalização da agroecologia.

“O Tempo Comunidade é extremamente necessário para as licenciaturas em Educação do Campo porque suas atividades práticas possibilitam identificar, valorizar e resgatar as especificidades das lutas dos sujeitos do campo. Ao mesmo tempo, assegura conhecer e respeitar as práticas dos saberes e fazeres dos povos do campo, das águas e das florestas”, comenta a professora Tatiane Rodrigues de Souza, uma das organizadora do trabalho, que também foi coordenado pelos professores Deusodete Rita da Silva Aimi, Artur Falqueto Sonsin, Izáias Médice Fernandes, Renata da Silva Nóbrega e Emerson Roberto de Araújo Pessoa, todos do Departamento de Educação do Campo (DAEDC/UNIR).

Partilha de saberes

Na roda de conversa realizada na EFA Dom Antônio Passamai, os acadêmicos da UNIR e os professores da escola socializaram suas trajetórias, desafios e debateram a importância das políticas públicas educacionais para o campesinato. Além disso, foi possível discutir e conhecer o contexto, tempos e práticas da atuação docente em uma EFA, com a utilização da Metodologia da Alternância. O intuito foi aproximar os futuros professores dos espaços escolares que consideram as especificidades dos povos que vivem no e do campo, a fim de contribuir com a construção da identidade docente das/dos discentes.

Já na visita à propriedade camponesa agroecológica, em Alto Paraíso, discentes e docentes observaram e examinaram o modo de produção camponesa, a importância dos movimentos sociais, as políticas públicas e as práticas de produção agroecológicas para a (re)produção dos modos de vida do campesinato, com o auxílio do camponês Claudinei de Oliveira, que compartilhou suas experiências e conhecimentos sobre agroecologia – prática produtiva que tem como base a preservação e o tratamento dos recursos naturais, proporcionando assim um agroecossistema sustentável.

Chamando a atenção para a necessidade de apoio ao curso, Carlos Roberto de Oliveira, discente do curso de Educação do Campo e liderança do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), afirmou que “os movimentos sociais do campo, as autoridades políticas e às secretarias públicas de educação devem articular e colaborar na manutenção da única licenciatura em Educação do Campo do nosso estado de Rondônia”.

As professoras Tatiane Souza e Deusodete Aimi estiveram ainda na Rádio FM 87,9, na cidade de Alto Paraíso, em entrevista conduzida pelo discente Carlos Roberto, com o propósito de divulgar o curso de Licenciatura em Educação do Campo, suas especificidades e a importância desta para o fortalecimento das comunidades do campo.

Segundo o chefe do Daedc, professor Emerson Pessoa, “as visitas às escolas do campo e aos territórios do campesinato são fundamentais para a formação docente das pessoas professoras do Campo”. Porém, “devido à pandemia e aos cortes orçamentários, o nosso curso não organizou nenhum Tempo Comunidade in loco nos últimos anos. Esperamos que com a efetivação do retorno presencial e os processos de reorganização da nossa licenciatura, a UNIR e o Daedc possam garantir a execução das atividades dos Tempos Comunidade” comentou.

Sobre o curso

A Licenciatura em Educação do Campo é ofertada no Campus UNIR de Rolim de Moura e se destina especialmente à formação de professores do ensino básico para lecionarem em escolas rurais. Assim, seu público-alvo são os assentados e acampados da reforma agrária, ribeirinhos, pequenos agricultores, remanescentes de quilombolas, indígenas, seringueiros, pescadores, pequenos produtores, assalariados rurais, dentre tantos outros camponeses, para que atuem em escolas que atendam a estes grupos.

São conferidas duas titulações aos egressos: licenciado em Educação do Campo com habilitação em Ciências da Natureza ou licenciado em Educação do Campo com habilitação em Ciências Humanas.

Mais informações sobre o curso de graduação podem ser obtidas no endereço eletrônico: https://educampo.unir.br/homepage.

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