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Rondônia, domingo, 16 de junho de 2024.

G1

Rondonienses presos há quatro dias no Peru ficam em meio a confronto: ‘a gente pensou que ia morrer’


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Brasileiros estão presos por conta dos protestos feitos contra o governo da atual presidente, Dina Boluarte. Eles dizem que aguardam ajuda da Embaixada do Brasil no Peru para conseguir atravessar a fronteira. Rondonienses estão presos no Peru há quatro dias por conta de protestos
Um grupo de pelo menos 20 brasileiros está preso no Peru há quatro dias por conta dos protestos contra o governo da atual presidente, Dina Boluarte. Entre eles, moradores de Rondônia que relataram ao g1 que quase ficaram sem água e comida.
“Ninguém passa e ninguém volta. Tá muito feio aqui porque a gente tá no meio do conflito, a gente parou bem no meio mesmo. Eles falaram até de ‘tacar’ fogo nos carros”, narra o rondoniense e estudante de medicina, Matheus Vanjura.
Em um vídeo postado nas redes sociais de Matheus é possível ver um dos pontos de protesto. As imagens mostram uma concentração de pessoas, vários pneus e pedaços de madeira bloqueando uma estrada (veja acima).
Segundo Matheus, idosos e crianças estão entre as pessoas que foram paradas nas rodovias. Eles tentaram atravessar a fronteira de carro, mas foram barrados em vários pontos por manifestantes. Alguns brasileiros deixaram os carros e tentaram voltar para casa de avião.
“A tendência aqui é só piorar”, narra o estudante em vídeo.
Manifestantes fecham vias no Peru durante protestos
Cristian Delgado/Arquivo Pessoal
No meio do conflito
O advogado Cristian Delgado saiu de Porto Velho para o Peru em férias com a família, mas ainda não conseguiu voltar. Ele contou ao g1 que, em um dos bloqueios, esteve “no meio do conflito” entre manifestantes e caminhoneiros que também estão parados na rodovia.
“Começou a ter uma briga entre os caminhoneiros que estavam parados e os manifestantes. Eles [os manifestantes] jogaram pedras nos carros. A gente ficou pensando que a gente ia morrer lá”, relembra.
Carro dos brasileiros são atingidos com pedras durante confronto no Peru
Cristian Delgado/Arquivo Pessoal
Os brasileiros revelaram que durante o tempo que ficaram parados nas rodovias, eles entraram em contato com a Embaixada Brasileira no Peru para pedir ajuda, mas não foram atendidos.
“O consulado brasileiro foi extremamente omisso”, apontou um deles.
O grupo de brasileiros saiu de Cusco no dia 6 e somente nesta terça-feira (10), conseguiu chegar até a cidade de Puerto Maldonado, ainda no Peru, para se hospedar em um hotel e descansar. O trajeto que deveria durar aproximadamente nove horas levou quatro dias para ser concluído.
Apesar disso, Puerto Maldonado não era o destino final do grupo. Segundo Cristian, eles foram orientados por forças de segurança a não saírem do hotel.
Ainda de acordo com o advogado, somente nesta segunda uma representante da Embaixada Brasileira entrou em contato com o grupo para oferecer ajuda. Porém, ainda não há previsão de quando vão conseguir voltar para o Brasil.
O g1 entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada do Brasil no Peru repassando os relatos dos brasileiros. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Lima, do Consulado em Iquitos e do Consulado Honorário em Puerto Maldonado, disse que “mantém coordenação com as autoridades peruanas e tem prestado a assistência cabível aos brasileiros retidos em diferentes regiões do Peru”.
Manifestações
Presidente do Peru é destituído e preso acusado de golpe; vice assume
As manifestações no Peru começaram no início de dezembro do ano passado, contra a destituição de Pedro Castillo da presidência, após ele tentar dar um golpe de estado. Os protestos pedem, principalmente:
A antecipação das eleições gerais;
A renúncia de Boluarte;
O fechamento do Congresso.
Boluarte assumiu o governo depois que Castillo, que era presidente desde 2021, foi destituído pelo Congresso após tentar dissolver esse poder estatal com uma mensagem de televisão em 7 de dezembro.
Na segunda-feira, 17 pessoas morreram em confrontos com policiais na cidade de Juliaca, em Puno, segundo a Ouvidoria. Além disso, uma recém-nascida morreu porque não pôde ser levada a um hospital já que a estrada foi bloqueada pelos protestos.
Com esse saldo, a segunda-feira (9) foi o dia mais letal desde o início dos protestos, em dezembro passado. Até agora, o dia mais violento havia sido 15 de dezembro, com oito mortos, segundo a Ouvidoria.

Fonte: G1 Rondônia

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