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Rondônia, domingo, 16 de junho de 2024.

G1

Com cemitérios lotados, sepultadores relatam cansaço e preocupações com avanço da Covid-19 em Rondônia


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Em Guajará-Mirim, sem uma ala específica para enterrar os mortos pela doença, os coveiros têm que sepultar as pessoas em covas abandonadas. Cemitério Santo Antônio em Porto Velho
Leandro Morais/Prefeitura de Porto Velho
No segundo ano de pandemia alguns cemitérios de Rondônia já atingiram suas capacidades máximas e os sepultadores se desdobram para atender as demandas.
Dimas Lopes da Silva, de 51 anos, trabalha como coveiro há mais de 15 anos no cemitério municipal de Santo Antônio em Porto Velho. Ele está na linha de frente desde que a primeira onda de Covid-19 atingiu o estado.
Com quase duas décadas de profissão, 2021 para ele, é o ano mais árduo de todos. Um dos piores dias foi durante o pico de 2020, havendo 21 sepultamentos no mesmo dia executados manualmente por uma equipe de cinco funcionários.
“A gente fica tão concentrado com a demanda de trabalho que as vezes acaba não observando o sofrimento da família. 90% [dos sepultamentos] são executados em função da pandemia”, diz.
Salomão Maia, também coveiro, lembra que no início da pandemia chegou a pensar que iria falecer, no máximo, 100 pessoas na capital.
“Quando a primeira área foi aberta achei que não iria encher nem metade”, diz. Mas até 10 de abril, já são 1.973 vítimas em Porto Velho
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A cerca de 330 km da capital, Sangela Pantoja, de 38 anos e coveira há 14 anos no cemitério municipal de Santa Cruz em Guajará-Mirim (RO), fala da sobrecarga dela e dos colegas. Sem poder tirar férias e trabalhando em regime de plantão intercalado por causa da pandemia, eles tentam encontrar novos locais para enterrar as vítimas da doença.
O cemitério de Santa Cruz acompanhou o início da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (E.F.M.M.) e é mais antigo que o próprio município.
“Não tem mais espaço. A gente está sepultando onde a gente encontra os espaços abandonados, onde as famílias já não zelam, onde não limpam.”
Número de vítimas
Segundo o último boletim divulgado pelas Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) e Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), no sábado (10), Rondônia registou 4.525 mortes desde o início da pandemia e 197.008 pessoas testaram positivo para a doença.
As cidades com mais mortos são:
Porto Velho com 1.973 vidas perdidas
Ji-Paraná com 365
Ariquemes com 356
Vilhena com 181
Cacoal com 172 e
Jaru com 122
Um levantamento feito pelo G1 com dados da Sesau e Agevisa aponta que mais de 70% dos municípios de Rondônia registraram mais mortes por Covid-19 entre os meses de janeiro e março de 2021 do que em todo o ano de 2020.
Ou seja, Rondônia teve ao todo mais mortes entre janeiro e março deste ano do que nos dez meses da pandemia no ano passado.
*Colaboraram Patricia Grenhas, Rede Amazônica, e Marisson Dourado, CBN Amazônia.
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Fonte: G1 Rondônia

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