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Rondônia, quinta, 25 de abril de 2024.

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Nupens/USP alerta para a relação entre doenças crônicas não transmissíveis e alimentação inadequada


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Dia Mundial da Alimentação- 16 de outubro

Neste mês de outubro, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) alerta para a enorme influência que um padrão de alimentação inadequado tem sobre o risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que são hoje as maiores responsáveis pela mortalidade e pela perda de qualidade de vida no mundo, sobretudo entre as populações de escolaridade e renda média e baixa, por serem mais vulneráveis aos fatores de risco e terem acesso mais restrito aos serviços e às informações de saúde.

Em 2019, as doenças do aparelho circulatório ocuparam no Brasil o primeiro lugar em número de óbitos. Entre adultos com mais de 50 anos, as neoplasias malignas e as doenças do aparelho respiratório ocupavam o segundo e terceiro lugares, de acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/SVS/MS). O que mais chama a atenção, porém, é a taxa de mortalidade prematura por DCNT, ou seja, entre as faixas de 30 a 69 anos, que era de 41,8% em 2019, percentual considerado elevado. Além disso, enquanto no ano 2000 as taxas de mortalidade prematura eram maiores no Sudeste e no Sul do país, hoje as demais regiões já apresentam percentuais similares, indicando que as DCNT foram ganhando espaço e tornando-se causa de morte importante em todas elas.

Em 2020, as consequências da pandemia, marcadas por restrições de deslocamento e de acesso a serviços de saúde, não apenas impactaram o estilo de vida das pessoas como também retardaram o diagnóstico de muitas dessas enfermidades, postergando seu tratamento precoce. Esse quadro pode indicar um aumento ainda maior das taxas de mortalidade prematura. Dada a magnitude do problema, é imprescindível lançar mão de políticas públicas, baseadas em evidências científicas, que atuem para minimizar o efeito dos fatores de risco dessas doenças, principalmente o consumo alimentar inadequado.

E para entender quais são os padrões alimentares praticados pela população brasileira que aumentam o risco dessas doenças, o Nupens/USP está realizando um dos maiores estudos online sobre alimentação e saúde do país, o NutriNet Brasil, que irá coletar ao longo de pelo menos 10 anos informações sobre os hábitos alimentares e o estado de saúde de 200 mil adultos residentes nas diferentes regiões do Brasil. Para isso, o estudo precisa de participantes voluntários, e o passo a passo para se inscrever é simples: basta fazer um rápido cadastro no site da pesquisa (https://nutrinetbrasil.fsp.usp.br), validar o e-mail de inscrição e já iniciar o preenchimento dos questionários, que são disponibilizados a cada 3 meses ao participante.

“O estudo irá identificar padrões de alimentação efetivamente praticados nas várias regiões do Brasil e desvendar a relação desses padrões com o risco de obesidade, diabetes, doenças do coração, câncer e outras doenças crônicas não transmissíveis que afetam milhões de brasileiros. O estudo servirá de subsídio para a criação de políticas públicas que contribuam com a saúde da população, com a qualidade do que se consome e, consequentemente, com a redução do risco de doenças”, afirma o Professor Carlos Monteiro, coordenador do NutriNet Brasil.

Sobre o Nupens/USP

O Nupens – Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde – é um órgão de integração da Universidade de São Paulo (USP) criado em 1990 com a finalidade de estimular e desenvolver pesquisas populacionais em nutrição e saúde. O grupo é integrado por professores, pesquisadores, pós-doutores e alunos de pós-graduação da Faculdade de Saúde Pública, de outras unidades da USP e de outras instituições acadêmicas do país e do exterior.

INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA

Fernanda Quinta – [email protected] | 11 97149-9444

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