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Rondônia, quinta, 25 de abril de 2024.

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Marcio de Freitas: O país ensurdecido


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Por Marcio de Freitas*

Há circunstâncias onde a exaltação sob efeito de palavras vai criando novas escalas, sempre uma oitava acima, e o diálogo se transmuta em gritaria onde o vozerio acaba por ensurdecer completamente todos os envolvidos. O país parece viver atualmente um transe onde é impossível entender o que se fala porque se subiu na escala de forma vertiginosa, o que tornou tudo um zumbido ininteligível.

Em política, importa muito o conteúdo. A forma, contudo, é essencial. Ao colocar em dúvida o componente eletrônico da eleição, a urna, faz-se sempre uma acusação imprecisa. Sempre houve uma teoria da conspiração dançando no redemoinho dos derrotados.

É a primeira vez, no entanto, que um vitorioso lança dúvidas sobre o processo que ganhou. E aponta ao pleito seguinte com uma dúvida vaga.

Se há discussões e pontos técnicos, eles devem ser debatidos. A urna é eletrônica há vários anos. Foi um avanço quando surgiu, mas certamente não é perfeita — o que se comprovou com a evolução dos primeiros modelos até o atual. Prova que pode ser aprimorada.

Lembrando: ao se votar, há a identificação do eleitor com documento que tenha fotografia. Ele então assina a folha de presença diante dos fiscais da mesa e partidários. Vai à urna. A urna registra e salva os votos. Imprime então o registro do eleitor (sem apontar os votos), para conferência com os dados da mesa para possíveis questionamentos.

Pode-se cruzar os dados para verificar os eleitores presentes e ausentes para checagem. Em certos redutos eleitorais, alguns candidatos não têm votos. Outros têm as sobras. Se houvesse discrepâncias e fraudes, provas já teriam aparecido. Mas vale fiscalizar, aprimorar (quando possível) e debater com serenidade.

*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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Fonte: Revista Exame

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