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Rondônia, quinta, 18 de abril de 2024.

Jurídicas

Projeto Aurora: Mês da visibilidade menstrual entra na pauta institucional do TJRO 


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Um assunto que, até bem pouco tempo, era considerado tabu – a menstruação – é destacado no âmbito institucional, graças ao projeto Aurora que propõe ações para alcançar um ambiente mais justo e igualitário no que se refere às questões de gênero. Por isso, no mês da visibilidade menstrual, em que se debate o tema em contextos sexistas e opressores, a pauta se impõe para a reflexão dentro do âmbito do Poder Judiciário, onde 48,91% da força de trabalho são mulheres. Elas enfrentam cotidianamente a invisibilidade dos ciclos femininos.

A ideia é trazer para a discussão a naturalização do ciclo menstrual, incorporando-a às rotinas de cuidado, respeitando as relações e oscilações emocionais advindas das alterações hormonais e trabalhando as mudanças fisiológicas em favor da produtividade.

Outro aspecto também a ser ressaltado pela equipe do projeto Aurora é a questão da higiene menstrual, geralmente marginalizado diante da rejeição ao sangue, historicamente considerado impuro por muitas religiões. Não tornar público, se culpabilizar ou ainda se envergonhar por estar menstruada são comportamentos que se quer evitar no caminho para se construir bem-estar e a saúde plena de todos.

Live

A principal ação do mês da visibilidade menstrual está agendada para o dia 26 de maio, às 10h, a live “Ciclos femininos: higiene e sustentabilidade”, com a psicóloga do TJRO Mariangela Aloise Onofre, a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade, Inclusão e Gestão Socioambiental – Nages, Maiara Ribeiro de Moraes, e a convidada Carime Afonso dos Santos Leite, Consultora Lixo Zero pelo Instituto Lixo Zero Brasil – ILZB e membro do Coletivo Lixo Zero Porto Velho.

A live será transmitida pelo canal da Emeron- Escola da Magistratura de Rondônia no YouTube, e será aberta.

 

Coletores

Uma das propostas apontadas pelas palestrantes e também defendidas pela equipe do projeto Aurora é a difusão dos coletores menstruais, alternativas sustentáveis de higiene que lidam de forma natural com o sangue menstrual.

Um coletor menstrual é uma estrutura feita de silicone em forma de taça e tem cerca de 7cm de altura e 4cm de diâmetro. O coletor deve ser inserido no canal vaginal e encaixado no colo do útero para coletar o sangue menstrual durante a menstruação (2). Os coletores podem ser usados de forma contínua por até 12 horas seguidas. Depois que o copo for retirado do corpo, o sangue pode ser despejado na privada ou chuveiro, o que torna os coletores melhores opções para o meio ambiente e para o bolso a longo prazo.

Têm formatos e tamanhos diferentes, que podem se adequar para cada mulher, com corpos anatomicamente diferentes, e com fluxo menstrual variado de pessoa para pessoa.

Um dos benefícios dos copinhos é a manutenção de fluidos benéficos dentro da vagina. Os absorventes internos costumam “sugar” os fluidos vaginais saudáveis como bactérias, hidratação e lubrificantes naturais. Diferentemente dos absorventes, os coletores menstruais não alteram a flora vaginal.

Aurora

O projeto é uma parceria do Núcleo de Acessibilidade, Inclusão e Gestão Socioambiental – Nages,  Coordenadoria de Mulheres do Tribunal de Justiça de Rondônia e a Divisão de Saúde, para construir uma agenda de ações voltadas, principalmente, para o público feminino.

A iniciativa consiste em propor ações contínuas e integradas dentre diferentes setores do TJRO, que visam oferecer melhores condições laborais às servidoras, constituindo política de ação institucional que favoreça a ampliação da participação feminina no Poder Judiciário.

O projeto está alinhado às diretrizes da Resolução n. 255, do Conselho Nacional de Justiça, que instituiu a Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário, e também aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, relacionadas à efetivação dos direitos humanos e promoção do desenvolvimento. O Objetivo 5 refere-se à igualdade de gênero.

 

Retorno

Em agosto de 2020, a menstruação já foi tema de debate na live “Ciclicidade e Produtividade: Aprendendo a usar o ciclo menstrual como ferramenta de produtividade”, tendo como convidada a residente em ginecologia e obstetrícia no Hospital Municipal Maternidade Cachoeirinha, em São Paulo, a médica Iasmin Castiel Reis. “Um tema muito tabu, até hoje em dia, mas o autoconhecimento deve ser estimulado, pois a mulher é um ser cíclico, com liberação de hormônios de forma pulsátil, não linear como nos homens”, afirmou Iasmin.

 

Assessoria de Comunicação Institucional

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