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Rondônia, sábado, 20 de abril de 2024.

Exame

Mesmo sem carnaval, ruas do Rio ficam lotadas pelo segundo dia seguido


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Se na primeira noite de feriado prolongado o decreto em vigor no Rio que limita a circulação de pessoas não foi suficiente para evitar as aglomerações nas ruas da cidade, na noite deste sábado, dia 13, nem a chuva desencorajou quem estava disposto a burlar as regras. Pelo segundo dia seguido, no Leblon, a Rua Dias Ferreira ficou lotada e, dessa vez, jovens improvisaram uma ‘festa’ com som alto na Praça Cazuza. A operação da secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) interditou o evento Bosque Bar, no Jockey Club, na Lagoa, e esteve em casas noturnas da Barra da Tijuca e de Copacabana.

Em frente a bares e restaurantes, no perímetro que segue da Rua Dias Ferreira até a Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, centenas de pessoas sem máscaras se aglomeravam como se os festejos do carnaval esse ano não estivessem cancelados. Alheios à pandemia da covid-19 e à marca de 31.283 mortos pela doença registrada neste sábado no estado do Rio, jovens com purpurinas no corpo se abraçavam e dançavam em volta de uma caixa de som portátil colocada no meio da Praça Cazuza.

Apesar do Leblon estar no foco da operação montada pela prefeitura para coibir reuniões ilegais e clandestinas no carnaval, assim como os demais bairros da Zona Sul e a Lapa, como informou a Secretaria de Ordem Pública (Seop) ao GLOBO, guardas municipais que atuavam no local apenas orientavam os frequentadores a liberarem a passagem dos carros. Com as aglomerações ultrapassando o limite das calçadas, motoristas encontravam dificuldade para transitar pelo local.

O casal de Minas Gerais Sara Oliveira e Cleiton Dias, de passagem pelo Rio, comemorou ter encontrado as ruas do Leblon lotadas, mesmo com todas as irregularidades.

“Esse é o terceiro ano seguido que viemos passar o carnaval aqui. Esse ano, viemos mais para descansar, porque achávamos que não teria muita movimentação, mas quando soubemos dessa balada aqui no Leblon, ficamos animados para vir conferir”, conta Sara, que prefere minimizar os efeitos da covid-19. “Nós dois já pegamos e não tivemos problemas. Muita coisa que se fala dessa pandemia é alarmismo”, considera.

Há poucos metros do casal, um grupo de meninas, sem máscaras, jogavam purpurina uma nas outras. Quando uma nova integrante se juntou ao grupo, foi convidada pelas demais a entrar no “carnaval”.

 

“Vem carnaval, vem carnaval”, gritaram elas em coro enquanto jogavam purpurina na recém chegada, formando uma roda em volta dela.

Na Lapa, centenas pessoas se aglomeravam na Avenida Men de Sá, no trecho entre os arcos e a Rua do Lavradio. Alguns poucos vendedores ambulantes atuavam no local. Um deles, que usava máscara e pediu para não ser identificado, lamentou o cancelamento das festas de carnaval, mas disse está preocupado com o avanço da epidemia.

“Só estou aqui porque preciso mesmo trabalhar”, alegou.

Durante a madrugada, o evento Bosque Bar, no Jockey Club, na Lagoa, que era realizado sem alvará, foi interditado pela Seop. A reportagem não conseguiu contato com responsáveis até a publicação desta matéria.

As equipes da prefeitura também estiveram na Vitrini Lounge e na Lalu Lounge, na Avenida Armando Lombardi, na Barra da Tijuca. Segundo a Seop, nestes locais não foram encontradas irregularidades. No entanto, centenas de pessoas se reuniam na frente das casas noturnas. Com a chegada da fiscalização, a aglomeração foi para o posto de gasolina ao lado. A Seop também esteve no Lagoon, na Lagoa, e na Dash Club, em Copacabana. A pasta diz que ambos os locais funcionavam sem aglomeração ou qualquer outra irregularidade.

Enquanto a fiscalização acontecia na Lagoa, por volta da 0h40, a equipe do GLOBO foi abordada por um motorista que dirigia um carro com placa de São Paulo. Ele pediu orientação de como pegar o caminho mais rápido para chegar na Avenida Engenheiro Souza Filho, no Itanhangá, onde participaria de uma festa. Sem querer se identificar, justificou a pressa:

“Tenho que chegar antes de 1h, porque depois disso o ingresso vai custar R$ 1,5 mil”.

Fonte: Revista Exame

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