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Rondônia, quinta, 28 de março de 2024.

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A crise da CrossFit após tuíte racista do fundador sobre George Floyd


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Há uma semana, o fundador do popular estilo de atividades físicas CrossFit, o americano Greg Glassman, assiste a sua promissora marca esportiva perder patrocinadores e filiados após a publicação de um tuíte racista sobre a morte de George Floyd, um homem negro assassinado pela polícia de Mineápolis.

No sábado passado, Glassman comentou uma publicação do instituto de pesquisa Institute for Health Metrics and Evaluation que classificou o racismo e a discriminação como questão de saúde pública. Ele escreveu: “É FLOYD-19“.

Logo depois da publicação, o americano ainda fez comentários ofensivos durante uma ligação com proprietários de academias, que foram vazados pelo BuzzFeed. Entre as falas, Glassman disse: “Não estamos de luto por George Floyd — acho que nem eu nem minha equipe estamos”.

Após a publicação e as conversas vazadas, as reações ao redor do mundo foram imediatas e ele recebeu críticas generalizadas. A Reebok, empresa de propriedade da Adidas AG, encerrou uma parceria de 10 anos com o CrossFit e atualizou sua página inicial nos EUA em apoio à campanha “Black Lives Matter”.

“Recentemente, estávamos discutindo um novo acordo. No entanto, por conta de acontecimentos recentes, decidimos encerrar nossa parceria com Crossfit”, disse a marca em nota pública. “Iremos cumprir ainda nossas obrigações contratuais em 2020. É o nosso dever perante aos competidores do CrossFit Games, fãs e toda a comunidade.”

Depois da repercussão, Glassman afirmou no Twitter não apoiar o racismo. “Eu, CrossFit HQ e a comunidade CrossFit não apoiamos o racismo. Eu cometi um erro com as palavras que escolhi ontem. Meu coração está profundamente triste com a dor que causou. Foi um erro, não racista, mas um erro”.

Apesar da tentativa de se retratar, Glassman viu mais de 1.500 academias, das 14.000 filiadas, quebrar contratos com a marca, como revelou o site especializado em notícias de crossfit, Morningchalkup.

Segundo a Vox, atletas, treinadores e proprietários de altos níveis do esporte pediram demissão, incluindo vencedores anteriores de jogos de CrossFit como a atleta Katrin Davidsdottir que deve sua carreira e parcerias de marcas lucrativas para a CrossFit. 

Com todas as consequências e o impacto para a imagem da marca, o fundador decidiu deixar o cargo de CEO da CrossFit, empresa que fundou com sua ex-mulher há 20 anos. Aos 63 anos, ele disse que se aposentou.

No entanto, segue como detentor da marca, o que significa que, mesmo se ele não for mais o CEO, ainda vai ganhar dinheiro com a empresa.

Em uma declaração no site corporativo da CrossFit, Glassman anunciou que deixaria a companhia: “no sábado, criei uma brecha na comunidade CrossFit e machuquei sem querer muitos de seus membros. Desde que fundei o CrossFit há 20 anos, ele se tornou a maior rede de academias do mundo. Todos estão alinhados oferecendo uma solução elegante para o problemático problema de doenças crônicas. Criar o CrossFit e apoiar seus afiliados e legiões de treinadores profissionais tem sido um trabalho de amor”.

Depois continuou: “Quem me conhece sabe que meu único problema é a epidemia de doenças crônicas. Sei que o CrossFit é a solução para essa epidemia e que o QG do CrossFit e sua equipe servem como administradores das afiliadas do CrossFit em todo o mundo. Não posso deixar meu comportamento prejudicar a empresa e seus filiados. Eles são importantes demais para pôr em risco”.

Apesar de não divulgar as informações financeiras da empresa, as avaliações é que a marca CrossFit Inc. valha cerca de 4 bilhões de dólares. A empresa licencia seu nome para academias em todo o mundo por uma taxa de 3.000 dólares ao ano e cobra 1.000 dólares para licenciar um instrutor.

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Fonte: Revista Exame

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