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Rondônia, sexta, 19 de abril de 2024.

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Situação caótica no Cemetron: após inspeção do SINDSAÚDE Fernando Máximo e Agevisa ficam em silêncio


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RETICÊNCIAS POLÍTICAS  –  Por Itamar Ferreira*

Na sexta-feira (8) o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (SINDSAÚDE), atendendo solicitação do Ministério Público Trabalho (MPT), realizou uma inspeção Cemetron, que seria a unidade de referência no tratamento da Covid-19, onde  constatou que: “está com precárias instalações físicas, com aspecto de lugar abandonado. São infiltrações, estruturas enferrujadas, forros com buracos, paredes com umidades e pintura/reboco caindo, rachaduras em várias salas, animais domésticos em vários ambientes e até próximos à porta da UTI. Portas danificadas, animais domésticos na sala com roupas de camas e até caramujo africano foi encontrado dentro da unidade…“.

Ocorre que no mesmo dia 8 de maio, horas antes da publicação de matéria sobre a inspeção do SINDSAÚDE vir a público, a AGEVISA, vigilância sanitária, divulgou o resultado de outra inspeção realizada pelo órgão de vigilância, também, no Cemetron: “A equipe da Vigilância Sanitária constatou que, apesar da estrutura antiga do prédio que necessita de melhorias já contempladas para serem feitas na reforma e ampliação de blocos existentes em andamento pelo Governo de Rondônia, o Cemetron possui condição satisfatória para atender necessidades de enfrentamento à Covid -19″. Publicada no link: http://www.rondonia.ro.gov.br/cemetron-e-inspecionado-pela-vigilancia-sanitaria-de-rondonia-para-avaliar-qualidade-no-atendimento-a-pacientes-com-covid-19/

A conclusão da inspeção da Agevisa, de que o “Cemetron possui condição satisfatória para atender necessidades de enfrentamento à Covid -19”, é totalmente contrária à do SINDSAÚDE de que, diante das instalações e condições precárias avalia que deve ser estudada a interdição unidade. Veja link da matéria sobre a inspeção do SINDSAÚDE: https://maisro.com.br/inspecao-no-cemetron-constata-que-hospital-nao-pode-ser-classificado-como-referencia-no-tratamento-da-covid-19-em-ro-e-deve-ser-interditado/

Passadas 48 horas das publicações totalmente opostas, tanto o secretário Fernando Máximo quanto a Agevisa não vieram a público esclarecer a flagrante contradição das duas inspeções, mesmo a do SIINDSAÚDE estando documentada por dezenas de fotos chocantes, como a de quatro gatos de rua na entrada da UTI. Talvez porque “contra fatos não há argumentos”.

O silêncio de Fernando Máximo não foi quebrado nem nas redes sociais. Uma postagem no Facebook, às 11h55 deste sábado (09), justamente sobre o Cemetron, o secretário sequer mencionou as inspeções. Ele escreveu: “Obras do Cemetron: Muitos meses antes da Pandemia, trabalhamos arduamente para ampliação e reforma do Cemetron que, após ser vencida a parte burocrática (que demora bastante), conseguimos, há cerca de 50 dias, finalmente iniciar a grande obra (aproximadamente 12 milhões de reais). Graças a Deus a obra não parou nos tempos de Covid e vamos realizar um sonho de 30 anos da população rondoniense e dos servidores do Cemetron. Estamos dentro do cronograma de tempo e de gastos e agora sim vamos ter uma estrutura digna para nossos rondonienses após 3 décadas de promessas”. Ou seja, nenhuma palavra sobre a situação do Cemetron atual.

A população está em grave risco, diante do aumento vertiginoso da contaminação pelo coronavírus, considerando as precárias instalações do Cemetron, que seria o hospital de referência no tratamento da Covid-19. É urgente que as autoridades, principalmente uma comissão de deputados estaduais, além do Ministério Público e do CREMERO, realizem novas inspeções e convoquem imediatamente o secretário e a Agevisa para prestar esclarecimentos e detalhar medidas para resolver este grave problema no Cemetron.

* Itamar Ferreira é advogado.

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