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Rondônia, sexta, 26 de abril de 2024.

Exame

BBB20 bate recorde de audiência e Globo pode superar perda de novela


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Uma edição com bons participantes (bons “personagens”), sendo muitos deles já famosos (“influenciadores”), trazendo para a tela seu séquito de seguidores de longa data. Adiciona-se a isso a pandemia de coronavírus e o fato de milhões de brasileiros estarem agora todos os dias da semana à noite em casa, a contragosto (boa parcela deles estaria, em outras circunstâncias, no cinema, no bar, na faculdade). Pronto. Está descrita a fórmula para os bons números de audiência que o Big Brother Brasil 20, da TV Globo, vem conquistando neste ano.

Se desde a décima edição do programa a Globo não consegue finalizar a temporada do BBB com uma média no Ibope acima dos 30 pontos, o BBB20 pode ser a chance de a emissora ver resultados mais satisfatórios. No mínimo, crescer e deixar para trás o recorde negativo do BBB19, a edição com a menor audiência da história do programa, com média de 20 pontos.

No último dia 20, por exemplo, quando o concorrente SBT exibia entrevista com Jair Bolsonaro no programa do Ratinho, o BBB batia seu recorde na edição, ficando com média de 30,5 pontos de audiência. O Ratinho teve média de 8,3. Cada ponto equivale e 75 mil televisões ligadas na Grande São Paulo. Quatro dias antes, já havia batido recorde, chegando a 30,3. É a nona semana do programa e a primeira onde a audiência chega aos 30 pontos. A semana anterior, mesmo sem chegar a 30 pontos em nenhum dia, apresentou a melhor média no Ibope desde o início do programa, em janeiro. Ontem (22), o BBB20 teve a formação de paredão mais assistida da edição, com 23,4 pontos no Ibope.

Antes do programa estrear, somente cinco das seis cotas de patrocínio tinham sido preenchidas: Americanas, Burger King, Claro, Faculdades Anhanguera e PicPay. Quase três semanas após a estreia, a Mondelez, com sua marca Lacta, ficou com a sexta vaga. Cada uma pagou o preço de tabela para anunciar nos intervalos do programa e expor sua marca na casa, no dia a dia e em eventos periódicos como festas e provas: R$42,62 milhões. Pela primeira vez, esse valor também deu direito a elas de expor, ao mesmo tempo, na TV aberta e no canal pago Multishow, e tanto na TV quanto nas plataformas digitais (redes sociais e GShow).

Mas as marcas que podem anunciar no programa não ficam limitadas a essas seis. Outras marcas podem comprar espaço para aparecer somente em uma festa ou em uma prova do líder, por exemplo. Above (antitranspirantes) e Novex (cosméticos) já fizeram isso. Assim, com mais audiência, a Globo pode atrair mais marcas interessadas, que não fazem parte do time de seis anunciantes principais, mas podem comprar um único dia ou evento. Se a audiência frustrante (ao menos se comparada com os anos dourados do programa, quando beirava 50 pontos no Ibope) das últimas edições e as polêmicas (houve até casos envolvendo investigações sobre estupro e assédio sexual) fizeram as marcas colocarem o pé no freio na hora de correr para patrocinar o BBB, os bons números da edição 2020 podem causar o efeito oposto e trazer anunciantes atrás do “trem já andando”.

Os ganhos mais polpudos com o Big Brother vêm em boa hora, já que a Globo busca alternativas para superar as possíveis quedas de faturamento publicitário com suas três novelas noturnas. Com a pandemia em curso, as gravações das novelas foram interrompidas, o que obrigou a emissora a reprisar antigas produções enquanto a situação do País não volta ao normal. Desde o último fim de semana a Globo deixou de transmitir episódios inéditos de “Amor de Mãe” no horário das 21h30 e passou a reprisar uma versão compactada de “Fina Estampa”, de 2011. A situação é semelhante nos outros dois horários de novela. A falta de episódios novos pode levar a uma fuga da audiência no horário pós Jornal Nacional, o que prejudicaria o faturamento publicitário dos segmentos.

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