Marcos Rocha anuncia pacote de bondades

De olho nas eleições de 2022, quando certamente não terá a “onda Bolsonaro” para surfar sobre os adversários, o governador Marcos Rocha anunciou um pacote de bondades aos prefeitos reunidos no encerramento de um encontro organizado pelo Governo para atrair eventuais aliados ao seu projeto de reeleição. Os R$ 600 milhões prometidos em transferências “fundo a fundo” para contemplar projetos de infraestrutura serão liberados no ano de 2022 e, obviamente, apenas para os aliados do chefe do Executivo. O “saco de presentes” animou os prefeitos. A maioria dos gestores terá dificuldade para fechar as contas e o ano de 2022 já se apresenta em um cenário sombrio pós-pandemia com recessão batendo recordes na redução da atividade econômica e desemprego.

Segundo Marcos Rocha, os R$ 600 milhões é um complemento dos R$ 400 milhões em execução de dois programas inseridos no plano de ação palaciano para contemplar as prefeituras. No Governo Confúcio Moura, um desses programas era alcunhado de “Asfalto Bom”, uma “casca de ovo” asfáltico para ludibriar o cidadão, chateado com a demora na chegada do tão sonhado asfalto na porta de sua casa. O desejo dos prefeitos é que o “Tchau Poeira” não se torne uma cópia do mal falado “Asfalto Bom”, lembrando que Porto Velho não recebeu um único centímetro de asfalto desse projeto, embora tenha feito sua adesão (https://tudorondonia.com/noticias/prefeitura-de-porto-velho-faz-adesao-ao-programa-tchau-poeira-do-governo-do-estado,72956.shtml) e recebido a promessa de asfalto em União Bandeirantes, Extrema e alguns bairros, como o Jardim Santana, que recebeu Marcos Rocha e sua tropa de braços abertos no Dia das Crianças.

No aspecto político, o Governo Marcos Rocha tem atraído lideranças e sedimentado alianças importantes para o processo de reeleição. O chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, é o “mago” das sombras do governador e em um lance milagroso tomou das mãos do senador Marcos Rogério o controle do futuro União Brasil, nova legenda criada pela fusão do PSL com o Democratas. Poderoso, o partido terá um fundo de campanha razoável, tempo de televisão e estrutura em todos os 52 municípios do Estado. Pelo andar das negociações com os caciques políticos, faltará espaço no palanque de Marcos Rocha. O peso político é importante, mas precisa combinar as coisas com o povo. É bom não esquecer de um palanque antigo do ex-deputado Natanael Silva que reuniu a classe política inteira em sua campanha, mas amargou a última posição na disputa pelo Governo de Rondônia.

De qualquer forma, Marcos Rocha saiu da clausura palaciana. Agora frequenta até bingo, distribui sorrisos e bondade para todo lado. O seu mago, por último, tenta selar uma aliança com os irmãos Carvalho e o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, que não deve concorrer em 2022, mas é um poderoso cabo eleitoral para quem quer conquistar a cadeira do Palácio Rio Madeira.

Autor: Gérson Costa