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Rondônia, terça, 16 de abril de 2024.

Exame

É preciso criar uma ponte possível entre o ensino e o mercado de trabalho


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Por Simone Bergamo*

A construção de pontes entre a universidade e o mundo do trabalho ainda é um dos grandes desafios enfrentados por quem tem a missão de disseminar conhecimento.

Aqui e ali, por muitos anos vimos um abismo separando os dois universos. Mas temos visto um processo de transformação, facilitado, em grande escala, pelo advento das novas tecnologias. A própria necessidade de diálogo vem ampliando o intercâmbio entre esses dois universos.

No exterior, alguns rankings, como o QS Graduate Employability, por exemplo, listam instituições que têm os melhores resultados em empregabilidade.

No topo do último levantamento, estavam três universidades americanas: Massachussetts Institute of Technology (MIT), a Universidade de Stanford e a Universidade da Califórnia, que são famosos pólos de produção de conhecimento e formação de profissionais inovadores. São instituições de ensino que prezam pelas parcerias com empresas e mantém uma forte conexão entre empregadores e estudantes.

Em um país como o Brasil, em que os índices de desemprego entre jovens são altos (chegando a quase 30% em algumas faixas etárias), a questão da empregabilidade é ainda mais premente.

No grupo Ser Educacional, por exemplo, temos uma base de quase 224 mil alunos entre graduação, pós-graduação e cursos técnicos. E é na universidade ou em cursos de formação que muitos deles veem a chance do primeiro emprego e de mudar seus destinos.

Programa de conexão

Foi com esse intuito de aproximar teoria e mundo prático, e estudantes e o mercado de trabalho, que foi criado um programa chamado Ser Sponsor. Um profissional referência em sua área de atuação acompanha os alunos durante sua trajetória acadêmica.

O programa conta com sponsors de perfis variados, que vão de empresários, CEOs, profissionais liberais, até membros de entidades de classe ou de organizações.

Muitos deles são referências locais em suas áreas de atuação, como o diretor de marketing de O Liberal, Rodrigo Vieira, que atua como sponsor do curso de Marketing e Publicidade da Unama de Belém.

Mas há também nomes de destaque nacional, como Gustavo Caetano, CEO da Sambatech. Um dos nomes mais relevantes quando o assunto é empreendedorismo, top voice do LinkedIn que já chegou a ser considerado o Mark Zuckerberg brasileiro, Caetano atua como sponsor de Tecnologia.

Outro profissional de destaque que compõe o programa é Thiago Rebelo, que é vice-presidente de Varejo do Grupo SBF (Centauro, Nike & NWB). Ele vem atuando como sponsor da disciplina Organização, Sistemas e Métodos, dos cursos de Administração de todas as instituições de ensino do grupo Ser Educacional.

Caminho de mão dupla

E não são só os estudantes que se beneficiam nesse contato. Estar em um ambiente acadêmico, trocando conhecimentos e ideias, também é importante para quem está consolidado no mercado de trabalho.

Muitas vezes, é das mentes dos estudantes que surgem projetos absolutamente inovadores, soluções para demandas que as empresas estão buscando ou produtos que sequer havíamos imaginado que poderiam existir.

Durante o lançamento nacional do programa Ser Sponsor, Rebelo lembrou que, mais do que ensinar, está nessa experiência também para aprender. Um modelo de troca de ideias e construção conjunta de conhecimento é o que as universidades e o mercado de trabalho devem buscar de forma conjunta, a fim de inovar em benefício da sociedade.

Capacitação para o trabalho

O certo é que nas salas de aula, presenciais, híbridas ou 100% digitais, a dinâmica de ensino precisa estabelecer uma ligação entre as exigências inerentes ao ambiente acadêmico com as expectativas de alunos, que anseiam por um processo de aprendizagem realmente estimulante, sem perder de vista as demandas do mercado de trabalho, com todas as skills (hard e soft) procuradas pelas estruturas de recursos humanos.

Capacitar para atender ao mercado de trabalho, claro, é essencial, mas nossa compreensão de ensino vai muito além. Nosso sonho é que os alunos sejam sujeitos ativos de seu processo de aprendizagem. Que sejam capazes de ampliar seu repertório de conhecimentos para que possam empreender, entender as necessidades do mundo e buscar soluções que muitas vezes as grandes empresas vão buscar na aquisição de startups. Chamamos isso de trabalhabilidade.

*Simone Bergamo é diretora-acadêmica do grupo Ser Educacional

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Fonte: Revista Exame

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