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Rondônia, sexta, 19 de abril de 2024.

Exame

Falta de chips continua em 2022, diz fornecedora de montadoras


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A japonesa Rohm, fabricante de chips sediada em Kyoto, tem entre seus clientes Toyota Motor, Ford Motor e Honda Motor, vem enfrentando uma severa falta de materiais essenciais e problemas em linhas de produção, disse o CEO Isao Matsumoto.

A companhia começou a ampliar sua capacidade em setembro passado e pretende investir mais 70 bilhões de ienes (US$ 636 milhões) no atual ano fiscal, mas a contribuição gerada por esses gastos não será percebida imediatamente porque as máquinas estão demorando mais para chegar, acrescentou o executivo.

“Todas as nossas unidades de produção têm funcionado com capacidade total desde setembro do ano passado, mas estamos sobrecarregados com encomendas”, disse Matsumoto em entrevista realizada esta semana. “Não acho que iremos conseguir entregar toda a carteira de pedidos no ano que vem.”

Outras companhias do setor, incluindo a Infineon Technologies, já avisaram que os problemas das cadeias de suprimentos devem durar por muito mais tempo do que se previa. Os prazos de entrega de semicondutores já passam de 20 semanas, enquanto a variante delta da Covid-19 complica os esforços para normalizar operações no Japão e no Sudeste Asiático.

A falta de materiais e componentes, agravada por congestionamentos no tráfego ferroviário, marítimo e aéreo, forçou montadoras como Toyota e Volkswagen a frear ou suspender a produção nas últimas semanas. A japonesa Toyota informou na semana passada que irá interromper temporariamente a produção em 14 fábricas.

Fundada há mais de 60 anos, a Rohm hoje integra a cadeia de suprimentos do setor automotivo, com as montadoras instalando cada vez mais aparelhos eletrônicos e semicondutores nos veículos. Entre as soluções automotivas que a companhia oferece estão dispositivos usados para gerenciamento de energia, ar-condicionado, iluminação e entretenimento nos carros.

O gargalo mais grave é a falta de materiais para produzir leadframe — a estrutura de metal do semicondutor que comunica sinais para fora da peça.

Ainda assim, alguns analistas veem a possibilidade de queda brusca na demanda quando as linhas de produção expandidas começarem a contribuir capacidade e os clientes conseguirem recompor os estoques satisfatoriamente.

“A crise atual é provocada pela falta de produção nos fornecedores e por fabricantes que, por precaução, tentam comprar mais componentes do que necessitam”, disse o chefe de pesquisa de renda variável da Morningstar, Kazunori Ito. “Os dois fatores devem desaparecer em 2023 ou perto disso.”

Fonte: Revista Exame

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