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Rondônia, sexta, 19 de abril de 2024.

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Presidente de BC sul-africano defende diversidade nas escolas


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Para o presidente do banco central da África do Sul, escolas antes exclusivas para alunos brancos durante o apartheid deveriam contratar mais professores negros, ensinar mais línguas africanas e mudar os critérios de admissão.

Os comentários de Lesetja Kganyago destacam o debate sobre a integração de mais sul-africanos negros em uma das sociedades mais desiguais do mundo, onde as desigualdades raciais persistem mais de 25 anos após o fim do governo de minoria branca. Ele fez coro a um grupo de pais em um protesto antirracismo no Cornwall Hill College, uma escola particular frequentada por sua filha nos arredores da capital Pretória.

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“A escola tem de conscientemente procurar professores negros para dar a nossos filhos o orgulho de realmente enxergar e saber que existem negros que estão se destacando na esfera da educação”, disse Kganyago à emissora eNCA na segunda-feira, durante o protesto.

Relatos de que a escola não implementa mudanças geraram protestos, assim como alegações de discriminação por alunos negros. Em comunicado de 26 de maio, a escola disse que está revisando sua política para cabelo, treinamento de diversidade e a estrutura do conselho.

Embora escolas e cidades não tenham sido oficialmente divididas por raça desde o fim do governo da minoria branca em 1994, as disparidades de riqueza e uma estratégia de apartheid de estabelecer os chamados municípios, onde muitos negros eram obrigados a viver na periferia das cidades, resultaram na persistência das desigualdades.

Nos últimos anos, protestos contra o racismo nas escolas foram motivados por regras não inclusivas do código de vestimenta sobre cabelo natural e o uso de símbolos religiosos. No ano passado, surgiram relatos de que convites para uma reunião privada de alunos do último ano de uma escola da Cidade do Cabo foram enviados principalmente a estudantes brancos.

O Cornwall Hill College cobra matrículas anuais de até 93.550 rands (6.793 dólares), o que o deixa fora do alcance da maioria dos sul-africanos. Em 2015, sul-africanos brancos empregados ganhavam, em média, três vezes mais do que negros com empregos.

Funcionários negros do banco central da África do Sul, historicamente branco, representavam 76% da força de trabalho total em 2020, em comparação com cerca de 65% seis anos antes, quando Kganyago foi nomeado presidente, segundo dados da instituição.

Fonte: Revista Exame

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