Conectado por

Rondônia, quinta, 28 de março de 2024.

Exame

OdontoCompany: rede cresce 60% na pandemia e ultrapassa R$ 1 bi de faturamento


Compartilhe:

Publicado por

em

Em meio a maior pandemia dos últimos 100 anos, a rede de franquias odontológicas OdontoCompany conseguiu o que parecia impossível: crescer 60%, ultrapassar o faturamento de 1 bilhão de reais e fortalecer uma segunda marca no mercado brasileiro, a Oral Sin (adquirida no final de 2018). No ranking das maiores franquias de 2020, a companhia passou da 25ª para a 17ª posição. Eram 634 franquias no final de 2019, agora são 1.045 — e a meta é fechar o ano com mais 440 unidades abertas.

Criada há 30 anos e funcionando como franquia pela última década, a OdontoCompany tem um modelo de negócio que a torna muito resistente em tempos de crise. A empresa criou formas de baratear os custos da odontologia, permitindo que pessoas da classe C tivessem acesso a aparelhos ortodônticos e implantes, por exemplo.

Para isso, trabalha com parcelamento dos procedimentos e oferece crédito por meio de parcerias com grandes bancos. “O segredo do sucesso é ter boas negociações com os fornecedores, atrair os melhores profissionais e ser honesto com os clientes”, diz Paulo Zahr, fundador e presidente da OdontoCompany.

Além dos bons preços, a rede se beneficiou de uma mudança de estratégia das autoridades no último ano, que precisaram concentrar seus esforços na pandemia. “Com o serviço público totalmente focado na medicina, o Brasil precisou que as clínicas particulares assumissem o atendimento odontológico. Fomos contratados por dezenas de prefeituras e estados para cuidar dos pacientes”, afirma Zahr.

A rede, que faturou 660 milhões de reais em 2019, terminou 2020 com receita de 1,05 bilhão de reais. Para este ano, o objetivo da companhia é manter o ritmo de 2020, abrindo cerca de 40 unidades novas por mês. Com a queda da taxa básica de juros, a marca tem atraído grandes empresários, que investem entre 1,5 milhão a 2 milhões para controlar até cinco unidades.

Enquanto atrair franqueados não tem sido um problema, Zahr se concentra no dia a dia das clínicas. Segundo o empresário, tem sido desafiador encontrar itens necessários para proteger os profissionais e os pacientes, como máscaras, sapatilhas de proteção e álcool gel, que estão em falta ou com preço elevado desde o começo da pandemia. “A importação de EPIs [equipamentos de proteção individual] e de insumos está complicada, tem sido um desafio para o mercado ontológico”, diz Zahr.

De olho em M&As

No final de 2018, a OdontoCompany adquiriu a rede de franquias da clínica Oral Sin, sua maior concorrente no segmento de implantes. Ao ser adquirida, a marca viu seu faturamento passar de 120 para 496 milhões de reais em dois anos. Os bons resultados do investimento fizeram a OdontoCompany intensificar seus planos de consolidação do mercado.

No final de 2019, a rede recebeu um investimento da gestora de private equity L Catterton, de valor não revelado. Com o capital, neste ano, a companhia estuda fazer pelo menos mais duas aquisições no mercado de odontologia. “Investimos pelo menos 200 milhões na Oral Sin. Em 2021, devemos investir algo próximo disso para adquirir dois negócios, um em cada semestre”, diz Zahr.

Segundo o fundador, a empresa busca negócios que tenham pelo menos 100 unidades abertas e que não estejam atuando nas mesmas áreas da OdontoCompany e Oral Sin. “Seria interessante trazer companhias que atuam em nichos de mercado”, diz Zahr.

Desde 2011 a OdontoCompany faz parte do Grupo SMZTO, holding de franquias de José Carlos Semenzato (jurado no programa Shark Tank), que administra marcas como Instituto Embelleze, L’Entrecôte de Paris e Oakberry. Em fevereiro, o grupo viu sua primeira marca abrir capital na bolsa de valores brasileira. A Espaçolaser (ESPA3), de clínicas de depilação, estreou na B3 levantando 2,64 bilhões de reais.

O movimento inspira a OdontoCompany a seguir os mesmos passos. “Temos mais de 10 milhões de clientes e 20.000 dentistas, seria interessante dar aos parceiros a chance de ser sócio do negócio, é algo que vemos com bons olhos”, diz Zahr. Mas, pelo menos pelos próximos dois anos, a empresa está focada na estratégia de aquisições. “Talvez 2023 seja um bom ano para considerar um IPO.”

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

Fonte: Revista Exame

Compartilhe: