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Rondônia, sábado, 20 de abril de 2024.

G1

Com colapso na saúde, filho relata medo de perder o pai por falta de leito de UTI em Porto Velho: ‘aflição tão grande’


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Secretaria de Saúde de Porto Velho informou que o pedido de transferência já foi feito, mas não surgiu vaga na rede estadual. Governo do Estado não respondeu se vai conseguir leito para o paciente. A família do trabalhador marítimo José Azevedo Melo, de 58 anos, vive momentos de angústia desde que ele teve uma piora no quadro de Covid-19 no fim de semana.
Internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Sul de Porto Velho há quase uma semana, ele precisa de transferência urgente para uma vaga de UTI, mas com o colapso no sistema de saúde, não há nenhum leito disponível em Porto Velho.
José é morador de Manaus e trabalha em uma embarcação que faz o trecho entre o Amazonas e Porto Velho. Ele foi contaminado em uma viagem e preferiu retornar para capital rondoniense com medo de não encontrar atendimento em Manaus.
Nesta terça-feira (26), o filho dele, Davi Nobre Melo conseguiu viajar até Porto Velho para acompanhar o pai. Ao G1, ele relatou o desespero da família diante da situação.
“A demora é tão longa que meu pai não está resistindo, não está conseguindo reagir. Ele agravou ainda mais. Até antes de ontem ele estava conseguindo falar um pouquinho, mas com cansaço, com respirador, até se alimentou um pouco. Mas depois ele agravou bastante”.
Davi Nobre Melo conseguiu na frente de UPA em Porto Velho.
Diêgo Holanda/G1
Davi conta que a mãe ficou em Manaus, sob efeitos de calmantes, já que o esposo está em outro estado, com os pulmões comprometidos e teve o quadro agravado por uma pneumonia.
“Meu pai ainda não pode ser transferido devido a falta de leito no estado de Rondônia. Meu pai já está no quarto dia precisando ser transferido e não consegue. A gente não pode ajudar, a gente não pode fazer nada. A gente está numa aflição tão grande, uma dor muito grande de ver um familiar nosso sofrendo doente e a gente não pode fazer nada. Ele está lutando pela vida desde o momento que ele chegou aqui e a demora que está acontecendo agora é inexplicável”, disse Davi.
Seu José e esposa
Davi Nobre Melo/Arquivo pessoal
“Minha esperança é que o governo consiga abrir um leito, uma vaga pro meu pai. Não só pro meu pai, como para os outros pacientes que estão precisando”, pediu o jovem.
A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho, responsável pela UPA, informou que o paciente foi regulado, tem os exames prontos, mas nenhum retorno positivo foi dado pela Central de Regulação do Estado, que direciona os pacientes quando há leitos.
O G1 entrou em contato com o governo de Rondônia e, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta sobre abertura de um leito para José.
Transferência de pacientes
Pacientes que necessitam de leitos de UTI em Rondônia serão levados de avião para o Mato Grosso, mas José Azevedo não tem condições de fazer a viagem e precisa que um leito seja aberto em Porto Velho.
No último sábado (23), o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB) informou que não havia mais leitos disponíveis para pacientes com Covid na capital. O Estado confirmou a informação e acrescentou que havia solicitado ajuda ao Ministério da Saúde para transferir pacientes a outros estados.
As transferências começaram na segunda-feira (25) com o envio de 13 pacientes a Curitiba em um avião da Força Aérea Brasileira. Nesta terça-feira, mais nove pacientes são levados a Porto Alegre. Eles, segundo o Estado, são de quadro leve ou moderado. Os infectados em quadro grave são levados em aviões menores para o Mato Grosso.
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Fonte: G1 Rondônia

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