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Rondônia, terça, 23 de abril de 2024.

G1

Filhas do Boto: ONG que ampara vítimas de violência doméstica completa 3 anos em RO


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ONG montou sala humanizada na Central de Flagrantes de Porto Velho, local onde a vítima de violência recebe assistância. ONG Filhas do Boto montou sala na Centra de Polícia para oferecer suporte à mulher
Divulgação
A Organização Não Governamental (ONG) Filhas do Boto Nunca Mais, que realiza um trabalho de conscientização e ampara vítimas da violência doméstica, completou três anos de funcionamento neste sábado (30) em Porto Velho.
O trabalho da ONG se tornou ainda mais importante durante a pandemia de coronavírus, segundo Anne Cleyanne, fundadora e presidente. Isso porque o número de vítimas de violência doméstica está crescendo com o distanciamento social.
Atualmente a ONG está com os trabalhos voltados à restruturação de uma sala de atendimento para mulheres na Central de Flagrantes da capital.
” Entendemos a necessidade que a vítima tem de ter um atendimento mais humanizado, diante da situação traumática. Existem mulheres, mães e idosos que não denunciam por medo e vergonha. Medo de chegar lá e ficar cara a cara com o agressor, até então ambos ficavam no mesmo local. Essa sala, além de oferecer essa segurança e alívio, de não precisar está junto, ainda terá uma equipe da área de psicologia e serviço social para acolher, ouvir a vítima, oferecer suporte e encaminhar para os serviços da rede”, diz.
A diretora da Central de Flagrante na capital, Rosilei de Lima, é a idealizadora da nova sala. Ela ressalta que o local servirá como “um ambiente onde a mulher se sentirá mais acolhida, menos vulnerável e mais protegida”.
A ONG Filhas do Boto Nunca Mais surgiu em 2018, quando um grupo de mulheres entendeu que muitos casos de abusos infrafamiliares em Rondônia eram naturalizados e as vítimas, mulheres e crianças, eram silenciadas pela própria família, pois tinham medo de denunciar o agressor.
“Também entendemos que os casos de feminicídio só aumentavam e alguma providência deveria ser tomada”, explica Anne.
O ponto de partida para o início da caminhada na ONG, segundo Anne, foi a conscientização por meio da educação. Para isso, ela precisou e ainda necessita de apoiadores da causa.
“Trabalhamos muito com palestras de voluntárias de várias áreas, atividades e oficinas nas comunidades, apoios a órgãos públicos e banco de informações. Procuramos sempre nos manter informadas para, caso algum direito seja violado, possamos auxiliar essa pessoa a entrar no sistema e receber atendimento humanizado e digno. Para isso contamos com uma rede extensa de parceiros, como a Rede Lilás, Rede de Enfrentamento de Abuso Sexual Infantil, CUFA, Ministério Público, Defensoria, Ordem dos Advogado do Brasil. Os conselhos de direto e algumas empresas e universidades ajudam também em nossas ações”, explica.
A ONG realiza várias ações e projetos voltados à família, com rodas de conversas sobre vários temas, incluindo autoconhecimento, construção do ser feminino em aspectos sociais e individuais, sexualidade feminina e relações étnicas raciais na sociedade.
Lenda do boto
O professor de história Célio Leandro, mestre pela PUC, explica que o conto do boto (um peixe da região Norte do país) geralmente é contado para justificar uma gravidez, que não foi planejada ou fruto de sedução.
” Essa lenda é muito forte nas comunidades ribeirinhas. O conto diz que o boto se transformava em um rapaz elegantemente vestido de branco e sempre com um chapéu para cobrir a grande narina. Ele encantava as meninas, as engravidava e depois voltava para o rio”, conta.
O mestre diz conhecer a ONG e destaca que é um grupo social muito relevante e que presta toda assistência psicológica. “Só tenho que enaltecer e parabenizar as pessoas que estão envolvidas por esse amparo”, finaliza.

Fonte: G1 Rondônia

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