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Rondônia, sexta, 19 de abril de 2024.

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Fim da quarentena? Como fica a capital? Veja o plano de reabertura de SP


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Fim da quarentena? Como fica a capital? Veja o plano de reabertura de SP

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), apresentou nesta quarta-feira, 27, o plano de reabertura gradual da economia do estado, que será pautado por uma “retomada consciente”.

Em linhas gerais a flexibilização do isolamento será “gradual” e “segura”, mas cada região do estado terá regras exclusivas, que serão determinadas pelos prefeitos e publicadas via decretos oficiais.

A princípio, a região que compreende a Grande São Paulo segue em quarentena até 15 de junho. Ainda há incertezas sobre a capital, mas o prefeito Bruno Covas (PDSB) já sinalizou que nada deve mudar nas próximas semanas.

É importante ressaltar que, segundo explicações da equipe do governo, nenhum serviço poderá voltar a funcionar sem a autorização de protocolos de reabertura pelas gestões municipais.

A seguir, a EXAME compilou perguntas e respostas sobre o plano de reabertura anunciada pelo governo de São Paulo.

Quais são as fases de reabertura definidas?

Cada região será classificada ao longo do tempo: A fase 1 é de alerta máximo (fase de contaminação, com liberação apenas para serviços essenciais); a 2 de controle (fase de atenção, com eventuais liberações); a 3 de flexibilização (fase controlada, com maior liberação de atividades); a 4 de abertura parcial (fase decrescente, com menores restrições); a 5 de normal controlado (fase de controle da doença, liberação de todas as atividades com protocolos).

Para um município sair de uma fase para a seguinte será obrigatório que se mantenham estáveis por 14 dias os indicadores de saúde, como taxa de transmissão e taxa de ocupação dos leitos hospitalares.

Como será feita a liberação das atividades?

Segundo as autoridades, o governo vai acompanhar diariamente cada fase aplicada nas cidades. De acordo com a classificação dos municípios, cada prefeito será responsável por decidir, via decretos oficiais, como os serviços serão retomados.

Para a formulação dos decretos municipais de flexibilização da quarentena, no entanto, os prefeitos precisarão seguir mais de 60 protocolos que padronizam níveis de distanciamento social, higiene pessoal, limpeza e higienização de ambientes, comunicação e monitoramento das condições de saúde de trabalhadores.

Há diretrizes específicas para cada uma das quatro fases do Plano São Paulo que permitem a retomada gradual e segura da atividade econômica. Todas as especificidades estão disponíveis no site do programa.

É possível, ainda, que cada prefeito peça seus próprios protocolos, como será o caso da capital paulista. Em entrevista nesta tarde, Covas explicou que começará a receber, a partir da próxima segunda-feira, 01, as propostas de cada setor para os protocolos que serão adotados na reabertura.

Os documentos serão enviados para a vigilância sanitária, que avaliará se as medidas são suficientes. Após aprovação, o documento volta às mãos do prefeito, que só então vai assinar a liberação da atividade. É provável que esse processo leve semanas para ser concluído.

Quais atividades poderão reabrir por etapas?

Na tabela a seguir, veja os serviços que o governo vai liberar em fases. Todos precisarão respeitar os protocolos, caso o contrário não serão liberados para reabertura.

Datas para a liberação total do transporte e volta das aulas em escolas públicas, privadas e universidades ainda não foram definidas.

Qual é a fase que cada cidade do estado de São Paulo está inserida?

No mapa a seguir, divulgado pelo governo de São Paulo, é possível ver um panorama de cada região.

Mapa do Estado de São Paulo sobre a fase de cada região nesta quarta-feira, 27Governo de SP/Reprodução

Fase 1 está Registro, Baixada Santista e Grande São Paulo, exceto capital. Fase 2 está capital de São Paulo, Franca, Ribeirão Preto, /São João da Boa Vista, Piracicaba, Campinas, Taubaté, Barretos, São José do Rio Preto, Araçatuba, Marília e Sorocaba.

Fase 3, Presidente Prudente, Bauru, Barretos e Araraquara/São Carlos. Nenhuma região está nas fases 4 e 5.

A região mais crítica é a sudoeste do estado, que compreende a grande São Paulo, Baixada Santista e Registro. Essas três áreas não terão flexibilização da quarentena pelo menos até o dia 15 de junho.

Como fica a situação na capital de São Paulo?

A capital se encontra na fase dois do plano, mas está cercada por regiões bastante críticas. Teoricamente, a fase dois autoriza a reabertura de shoppings e comércio a partir da próxima segunda-feira, 01, mas Covas esclareceu que isso não vai acontecer.

Nesta quinta-feira, 28, haverá uma entrevista coletiva da equipe da prefeitura de São Paulo para dar mais detalhes sobre a reabertura.

“Nós vamos explicar de que forma, a partir de quando, os setores vão poder apresentar à prefeitura os seus protocolos, que serão validados pela vigilância sanitária do município, assinados com o prefeito da cidade, para que eles possam retomar a sua atividade econômica”, disse.

Esse plano é definitivo?

A proposta de retomada está estabelecida e vem sendo construída desde o início de abril, mas Doria enfatizou que além de avançar, as fases podem também ser regredidas.

“Quero alertar, no entanto, que a retomada consciente parte do princípio da colaboração de todos e da ajuda conjunta. Mas parte também do princípio que nós estaremos monitorando dia a dia a evolução do processo e o respeito à ciência e à medicina. Se tivermos que dar um passo atrás, se tivermos que retomar medidas que agora estaremos flexibilizando gradual, parcialmente, de forma heterogênea, não hesitaremos em fazê-lo para proteger vidas”, afirmou.

Os níveis estabelecidos pela equipe de saúde para reabertura estão sendo cumpridos?

Não. No início deste mês, o coordenador do Centro de Contingência do Corovírus em São Paulo e presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, estabeleceu três regras para a flexibilização da quarentena: isolamento social mínimo de 55%, taxa de ocupação de leitos UTIs de no máximo 60% e 14 dias de queda sustentada no número de novos casos.

São Paulo é, de longe, o Estado que mais tem casos confirmados e mortes pela covid-19 no Brasil, e a curva segue em ascensão. De acordo com a Secretaria de Saúde estadual, são 89.483 diagnósticos da doença com 6.712 mortes. A taxa de ocupação de leitos no estado está em 73,3%.

Já na capital, segundo a secretaria municipal de Saúde, são 51.852 casos, com 3.421 mortes. A taxa de ocupação de leitos é de 85%. De acordo com Covas, a prefeitura ampliou a oferta de leitos de UTI e adotou medidas que aumentaram o isolamento social na capital o que, segundo ele, permitiu um achatamento da curva da pandemia na cidade e abriu espaço para a flexibilização.

O professor Gonzalo Vecina Neto, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, manifestou estranheza com o anúncio desta quarta e disse que, por ora, as três regras anunciadas pelas autoridades de saúde do Estado no início do mês –que considerou adequadas– não estão contempladas na capital paulista.

“Eu não entendi que as três regras foram alcançadas pelo município de São Paulo“, disse Vecina Neto à Reuters. “Se ele está supondo que vai alcançar, aí são outros quinhentos. Se alcançar, ok. Se não alcançar, os mortos vão ficar no colo dele”, afirmou o professor, que também é ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele apontou, também, a necessidade de se fazer mais testes para detecção da covid-19.

(Com Reuters)

Fonte: Revista Exame

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