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Rondônia, quinta, 28 de março de 2024.

Exame

CEO da Montblanc: “No mercado de tecnologia há espaço para o luxo”


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Previsto para chegar às lojas em maio, o Summit 2+, da Montblanc, é o primeiro smartwatch de luxo que, como o Apple Watch, faz ligações, recebe mensagens e permite usar aplicativos como Google Assistant, Spotify e Uber sem o smartphone estar por perto.

A caixa é de aço preto, aço inoxidável, aço banhado em ouro rosé ou aço banhado em bronze, as pulseiras são intercambiáveis e o mostrador exibe mil variações de layouts. O preço? A partir de US$ 1,170.

Em junho começam as vendas dos fones de ouvido da maison alemã. São três modelos, a US$ 600 cada um. Compactos e dobráveis, cobrem toda a orelha sem incomodar e dispõem de tecnologia que bloqueia ruídos externos — o microfone acoplado permite acionar por comando de voz o Google Assistant. São duas novidades com as quais a Montblanc finca os pés no mercado de tecnologia.

Conversamos sobre elas com Nicolas Baretzki, CEO da marca.

Os últimos lançamentos da Montblanc sugerem que a marca está se reposicionando. Como será a nova Montblanc?

O princípio orientador da maison sempre foi o de que é preciso ter a ousadia de tomar decisões ousadas e ao mesmo tempo se manter fiel à nossa herança. Ao longo dos anos, nos redefinimos constantemente com inovações e uma abordagem ao luxo que envolve diversas categorias, integrando novos produtos ao portfólio. Acreditamos que no mercado de tecnologia há espaço para um forte player do luxo. Para nós, era importante nos adaptar à mentalidade digital da indústria de tecnologia, trazendo nossa própria assinatura e os códigos de nossa maison. Nosso objetivo é oferecer o melhor da tecnologia com um posicionamento de luxo. E realmente combinar o melhor dos dois mundos, usando a melhor tecnologia enquanto adicionamos elementos distintos do design de luxo. Depois dos últimos lançamentos, recebemos um feedback impressionante dos clientes e ótimos resultados com os testes feitos pela imprensa especializada.

Montblanc Summit 2Montblanc/Divulgação

Fones de ouvido inteligentes, smartwatch que faz chamadas, augmented paper… a Montblanc quer ser a nova Apple?

Não estamos competindo com essas empresas de tecnologia, pois somos uma maison de luxo com um portfólio vasto. Quando entramos na categoria de tecnologia e na de wearables nosso objetivo era garantir que aplicássemos os mesmos valores do luxo. Como uma maison enraizada no espírito de exploração, de inovação, sempre determinada a expandir fronteiras para se aventurar com ousadia em novas áreas, mergulhar no segmento de tecnologia foi um movimento lógico. A entrada neste mercado foi estratégica. De todo modo, luxo é criar uma peça que tenha verdadeiro significado e valor para seu proprietário. Continuamos a valorizar muito as habilidades de nossos artesãos e a integridade de nossos projetos. Mas também evoluímos e estamos de olho no que vem a seguir na vida de clientes cada vez mais conectados. Chegamos à conclusão de que um relógio inteligente e um relógio mecânico tradicional podem coexistir na vida de seus proprietários. Um pode ser para sempre, o outro pode ter uma vida útil mais curta, mas ambos serão artigos de luxo equivalentes.

Na Montblanc do futuro haverá espaço para produtos ameaçados pela tecnologia, como as agendas de papel?

Nossas categorias de produtos não competem entre si. Muito pelo contrário, elas se complementam. Você pode ser incrivelmente experiente em tecnologia e ao mesmo tempo valorizar a mistura com o mundo analógico. Para mim, não há obstáculo entre a escrita, a parte digital e a analógica. Não há ruptura entre a tecnologia e a forma clássica de escrita. É mais sobre ampliar as oportunidades. Você não precisa mais escolher.

No ano passado, a Apple vendeu mais smartwatches do que toda a indústria suíça de relógios exportou. Ela ameaça a existência de relógios mecânicos?

O mundo está testemunhando um ritmo acelerado de digitalização, o que significa que nosso relacionamento com dispositivos inteligentes está em constante evolução. É por isso que é essencial desenvolvermos uma oferta que atenda necessidades específicas. Dito isto, não acreditamos que os relógios inteligentes existam para ameaçar a existência dos relógios mecânicos. Ambos atendem a necessidades muito diferentes e temos muitos clientes que têm os dois tipos e os utilizam em diferentes ocasiões. Esses dois mundos não competem, se complementam.

Fonte: Revista Exame

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