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Rondônia, sexta, 29 de março de 2024.

Exame

It’s Show Time


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Há alguns dias esbarrei em um vídeo antigo que assisti em 2015 chamado “Learn to Fly – Foo Fighters Rockin’1000 Official Video.”

Se você gosta de música, especialmente rock, talvez ele tenha feito parte da sua playlist por algum tempo.

Apenas para criar um rápido contexto para aqueles que não chegaram a ver, o vídeo trata de um rapaz no interior da Itália, em Cesena, que reuniu precisos 1.000 músicos para tocar uma música da banda Foo Fighters, e assim, chamar a atenção da banda para que promovesse um show no remoto local.

Resumindo uma história longa, em algumas horas o vídeo gerou uma resposta da banda, o show aconteceu, mais e mais visualizações e likes, mas para mim a brincadeira ficou divertida quando, na sequência, este mesmo grupo de pessoas criou algo significativo para todos os participantes. Eles transformaram a experiência naquilo que o grupo denominou como: “a maior banda de rock do mundo”.

Exageros à parte, a lição que fica desta história é que podemos e devemos nos tornar artistas de nossa própria história.

Até então vivemos em um mundo de ídolos, celebridades e salvadores da pátria. Por acaso – ou não – recebi ontem um e-mail da prefeitura convidando para discutir o orçamento para 2021. O e-mail vinha com as precisas palavras: “O Programa Fala cidade tem como objetivo principal ouvir as prioridades da população para a composição do orçamento da cidade. Devido às medidas preventivas para minimizar o impacto do coronavírus, as reuniões presenciais do programa Fala cidade foram canceladas, portanto sua participação por este canal é muito mais importante!

Neste momento estou um tanto pragmático, minha leitura é que os governos não têm a menor ideia do que fazer a partir de agora. Por um lado, isso é ruim, pois àqueles em quem fielmente depositamos a solução de nossos queridos problemas não sabem mais como solucioná-los. Por outro, é a oportunidade que sinalizei nos parágrafos anteriores de sermos artífices de nossa própria história.

Talvez surja a pergunta: “Ok, então o que fazer?”

Pessoalmente acredito que o fazer compulsivo nos trouxe até aqui. Durante estes poucos anos que postamos aqui no blog nossa mensagem permanece a mesma: volte para o essencial. Ganhar dinheiro não é o fim de qualquer negócio; ele é o meio ou eventualmente o resultado de uma relação saudável e sustentável entre todos os envolvidos.

Acho que toda esta comoção sobre os impactos do coronavírus tem pouca coisa a ver com a saúde, mas muito haver com olhar para metade da população do planeta que tem sido relegada a segundo plano. A insistente mania de que “alguém” vai cuidar dos mais necessitados não tem mais espaço.

Precisamos trabalhar para que não haja mais necessitados.

De forma nua e crua estamos experimentando, como população economicamente ativa, aquilo que um sem número de pessoas enfrenta diariamente há muito tempo.

Talvez a pergunta persista: “então, o que fazer?”

Quando a coisa séria via piada é momento de olhar seriamente para a brincadeira. Jocosamente, o comediante Fábio Rabin em um vídeo postado há alguns dias dá bons conselhos sobre como dar o próximo passo. Ele conta a experiência pessoal dos resultados ruins que colheu “reagindo” a uma necessidade em contraponto a um “agir” mais sábio.

Este agir nasce dentro e não fora. Este sábio interno só tem voz quando fazemos silêncio. Este silêncio fora está nos obrigando o ouvir a voz interior que há muito vem sendo calada.

Isto vale para cada um de nós, para os pares de nossas relações, para nossas comunidades, nossas cidades e países e finalmente para o tema de nosso blog que são as relações entre pessoas e empresas.

É somente a partir deste verdadeiro silêncio, onde há a permissão da calma, da paciência e finalmente da coragem que as verdadeiras soluções surgem.

Para inspirar seus próximos dias, deixo a seguir os dois vídeos do Rockin’1000 que citei neste texto.


Fonte: Revista Exame

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