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Rondônia, terça, 23 de abril de 2024.

Exame

E agora?


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A segurança tem um preço: a liberdade.

Criamos um modelo econômico-financeiro que utiliza o medo da escassez como base de sustentação.

Isso é tão profundo que, tirando a questão do isolamento social, estamos experimentando neste momento o oposto desta pseudo segurança que criamos.

A vantagem de uma parada tão brusca como a que estamos vivenciando é que quanto mais o tempo passa, mais aquilo que é falso cai por terra e, se tivermos um olhar atento, temos a oportunidade de resgatar com maior precisão aquilo que é verdadeiro e significativo.

Chegamos a um grau tão distorcido da realidade que algumas práticas espirituais estabeleceram exatos 3 anos, 3 meses e 3 dias de completo isolamento social para que uma pessoa consiga resgatar seu ponto essencial dentro da experiência humana.

Nosso impacto no planeta tem sido tão grande que com esta ‘parada forçada’ a Terra tem tido menos tremores.

Como tivemos oportunidade de colocar aqui no blog, a relação com os funcionários é um excelente ponto de partida para que o relacionamento entre a empresa e seus clientes seja o melhor possível.

Com isso em vista, percebo que este momento pode nos propiciar ótimos aprendizados que poderão ser colocados em prática no momento em que este isolamento for quebrado:

  • Revisão das relações de trabalho. Nos últimos 77 anos vivemos um modelo onde o “patrão” é mais forte do que o “empregado”. Com a revisão da CLT em 2017 algo deste modelo já foi revisto, mas ainda temos uma balança que moralmente pesa ora para um lado ora para outro. Apenas como referência, a onda das chamadas startups abriu uma oportunidade para que pessoas na posição de funcionário(a) possam compartilhar os riscos, bem como os ganhos entrando em um modelo de participação societária. Não digo que esta seja a solução definitiva mas, lembrando da frase que abre este artigo, talvez valha repensar o modelo destas relações;
  • Onde mesmo é o seu local de trabalho? Algumas empresas já vêm, nestes anos recentes, abrindo a possibilidade para que funcionários trabalhem alguns dias por semana fora do escritório. Este tipo de decisão tem um par de aspectos negativos (e eventualmente até oportunistas), mas o contraponto que vale repensar é que um aumento na forma e horário de trabalho, menor tempo de deslocamento e melhor qualidade de vida. Em adição a isso não há dúvida de que o carro é um item de baixíssima importância neste momento. Se o modelo e formato da vida social mudam, também mudam os deslocamentos (através de transporte público, carro, moto e outros) assim como aquilo que se compra com, por exemplo, um automóvel!

 

  • Além daquilo que a empresa deveria fazer como propósito de marca, o que ela contribuiu adicionalmente com a sociedade? Cada vez mais as pessoas querem se conectar com marcas e empresas que fazem a diferença positiva no mundo. Em um momento de calamidade social como este, temos a possibilidade de ampliar nossa empatia e sensibilidade social e buscarmos contribuir com aqueles que mais precisam (que talvez seja até algum de nós em determinado momento) para que o mundo se torne um lugar mais humano e melhor para se viver;

Fechando este artigo, gostaria de lembrar que a liberdade, como talvez eu tenha conseguido expor até aqui, vem acompanhada de um fator de extrema importância para que possa ser plenamente experimentada: a autorresponsabilidade.

Como forma de inspiração, compartilho uma frase e um vídeo que me chamaram a atenção nestes últimos dias:

“Life had become some kind of profound competition, where my emotional loss was substituted by my professional success. I became a part of what they call the rat race.” – Saurbh Katyal, Seduced by Murder

 

Fonte: Revista Exame

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