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Rondônia, quinta, 28 de março de 2024.

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Aumento de gastos deve ser seguido de retomada da austeridade


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Medidas para proteger os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, com consequente aumento dos gastos públicos, são importantes agora, quando o país se vê ameaçado por uma grave crise econômica e colapso social. No entanto, é preciso entender que estas ações não podem ser indiscriminadas e devem ser temporárias. Tão logo a normalidade retorne ao país, os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e pelo Teto de Gastos precisam ser respeitados, como alerta o economista e ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em entrevista exclusiva ao Instituto Millenium.

“Temos que garantir, neste momento, que os recursos cheguem para as pessoas que precisem, principalmente pela impossibilidade de trabalhar dos autônomos. Todos eles precisarão ter recursos para atravessar esse período de dificuldade. Isso vai levar a um déficit do setor público. Portanto, a forma de conciliar isso com a responsabilidade fiscal é concentrar os gastos neste ano, de tal forma que, a partir de 2021, a estrutura montada anteriormente seja respeitada”, disse.

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O especialista também destacou que, para minimizar os efeitos da crise do novo coronavírus na economia do país, é preciso manter o setor privado ativo de alguma forma. “A manutenção das empresas, principalmente pequenas e médias, é importante para que, quando a situação volte à normalidade, não se perca o potencial de crescimento. Precisamos chegar nas empresas que dispõem de menos recursos, chegar nos informais e nos autônomos para que eles estejam aptos a produzir assim que a economia for recuperada”.

Essa concentração de gastos agora, retomando a austeridade, é fundamental para o bom andamento da economia e das contas públicas, o que ajuda, inclusive, na retomada dos investimentos. No entanto, Ilan Goldfajn alerta que a rapidez dessa retomada na economia vai depender da capacidade de controle do contágio do novo coronavírus no país. Ouça a entrevista abaixo!

Fonte: Revista Exame

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