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Rondônia, terça, 23 de abril de 2024.

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O atual governo federal detesta, despreza e odeia profundamente os brasileiros mais pobres


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RETICÊNCIAS POLÍTICAS  –  Por Itamar Ferreira *

Não se trata de figura de linguagem ou de divergência ideológica, tão pouco não é um confronto de ideias entre esquerda e direita, é uma constatação simples, uma obviedade que salta aos olhos e uma conclusão inevitável ao se analisar a esmagadora maioria das medidas já implementadas ou que estão sendo anunciadas.

“Pátria Amada Brasil”, é o slogan do atual governo. Mas a parte do Hino “Dos filhos deste solo és mãe gentil” o governo se esqueceu completamente. Veja um dos casos mais recentes: o veto à gratuidade das bagagens nas viagens áreas, onde se justificou tal medida por ser emenda de um partido de oposição e porque “eles gostam de pobre”. Ou seja, é réu confesso quanto ao desprezo e ódio incontidos aos mais pobres.

Mas há mais, muito mais. O fim da política de valorização do salário mínimo criada por Lula, com aumento real anual acima da inflação, que elevou o Mínimo de menos de U$ 100 para mais de U$ 300 dólares em uma década. O que vai acontecer na próxima década? A tendência será voltar ao valor de menos de cem dólares. Só para se ter uma ideia do impacto, aproximadamente 70% dos aposentados recebem o Mínimo.

Uma das primeiras medidas do atual governo foi acabar de forma atabalhoada com a participação dos cubanos no “mais médicos”, um programa exitoso que levou médicos aos mais distantes rincões do Brasil. Se tivesse mais preocupação com os pobres e menos com uma ideologia radical, teria feito uma transição mais tranquila, primeiro providenciando os substitutos.

Já anunciou que pretende acabar com 90% das normas de segurança e saúde do trabalho, sendo que no Brasil acontece 700 mil acidentes de trabalho por ano, entre 2012 e 2016 ocorreram 13.300 mortes no trabalho, neste período o custo dos acidentes ao ISS foi de R$ 22 bilhões.

Cortes de investimentos na educação, sem qualquer estudo ou critério, quando deveria viabilizar mais recursos. E não se restringem apenas às Universidades da “balburdia”, colocadas como bode expiatório, é corte nas bolsas de mestrados e doutorados, na pesquisa, no PROUNI, no FIES, nos Institutos Federais, no piso nacional da educação, no transporte escolar…

A promessa de criar uma Carteira do Trabalho Escravo (também conhecida como Verde Amarela), onde serão eliminados a maioria dos atuais direitos dos trabalhadores e que logo se tornaria ou tornará a Carteira de todos; pois os empresários podendo escolher entre dois tipos de Carteira de Trabalho, iria escolher a com mais ou menos direitos?

O atual ministro da saúde fala abertamente em acabar com o SUS ou ao menos com a gratuidade. É um plano inescrupuloso para criar mercado para os hospitais particulares, lógico que milhões poderão perecer por não poder pagar, mas quem é que liga para pobre no atual governo?

Quer acabar com o “Minha Casa Minha Vida” e criar o “Meu Aluguel Minha Vida”. Qual o grande sonho de qualquer pessoa? Ter a sua própria casa, de “papel passado” em seu nome e fugir do aluguel. Mas este não é um governo que se preocupa com sonhos do povo, aliás se esmera em destruí-los.

Logicamente tem mais, muito mais maldades, como menos recursos para a agricultura familiar, destruição do meio ambiente, aumentos abusivos da gasolina e do gás de cozinha…

* Itamar Ferreira, é bancário, dirigente sindical, formado em administração de empresas, pós-graduado em metodologia do ensino, pós-graduando em direito e processo do trabalho e advogado.

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