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Rondônia, quinta, 28 de março de 2024.

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Egressa do IFRO é selecionada para curso de engenharia agronômica na Costa Rica


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Uma nova estudante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) foi selecionada para cursar “Ingenería Agronómica y Recursos Naturales Renobables” na Universidade EARTH, em Guácimo de Limón, na Costa Rica. Desde 2014 o IFRO tem alunos selecionados para uma das instituições mais renomadas na América Central. Tássia Caroline concluiu o Curso Técnico em Agropecuária no Campus Colorado do Oeste e viajou domingo (7) para iniciar o curso na sua nova instituição de ensino.

 

Ela é moradora de Seringueiras (RO) e conta que os pais e os amigos estão torcendo por ela desde o período de inscrição, no meio do ano passado. “Eu nunca saí do meu estado, e agora sair do país é uma experiência totalmente nova, mas eu sinto que é uma oportunidade muito grande na minha vida”, fala Tássia sobre a expectativa de trazer do país estrangeiro o máximo de conhecimento que puder. A Universidad Earth foi fundada em 1986, possuindo reconhecimento mundial pela experiência na área de ciências agrárias. Em convênio com universidades da Europa e Estados Unidos, ela prepara jovens de todo o mundo para contribuírem com o desenvolvimento sustentável através da conciliação da produção agrícola e a preservação de recursos naturais.

 

Para a estudante, os anos do IFRO foram os melhores de sua vida, pois segundo ela, as oportunidades surgem e precisam ser aproveitadas: “saí de casa aos 15 anos de idade para estudar no IFRO Campus Colorado, em busca de um futuro melhor. E quando encontramos uma oportunidade dessas é uma felicidade muito grande, porque, talvez, meus pais não teriam condições de pagar uma faculdade”.

 

O pai, João Sidnei de Oliveira, conta que a família chorou de alegria ao saber da notícia, “depois de tantas orações que fizemos, agradecemos, que tudo deu certo”. As saudades antes mesmo da partida eram consoladas com a expectativa de uma vida nova. É assim porque os irmãos João, Isabella e Letícia a consideram um exemplo e também estão na torcida por Tássia: “fiquei muito feliz por ela ter conseguido estudar lá, mas chorei bastante também porque vou ver minha irmã só uma vez por ano”, revela Letícia.

 

Carla Gomes de Faria Oliveira, que sempre apoiou muito a filha, mostra o quanto ficou feliz, por ter confiança na sua capacidade. Dizendo ter certeza de que vai dar tudo certo na concretização do sonho da filha, ela argumenta “que ela vai aproveitar muito bem essa oportunidade e vai crescer muito de todas as formas para se tornar uma pessoa cada vez melhor. Sei que ainda vai ajudar muito as pessoas, porque eu a conheço”, revela a mãe.

 

Para estudar no país estrangeiro, como estudante de Engenharia Agronômica na EARTH, Tássia Caroline receberá bolsa até 2021, incluindo hospedagem, alimentação e uma passagem aérea de ida e volta por ano. Porém, há gastos com documentação entre outros detalhes do que precisa levar para a permanência no país estrangeiro. A Professora de Espanhol do Campus Colorado do Oeste, Rosane Salete Sasset, foi uma das apoiadoras nos trâmites do processo de viagem.

 

A docente acrescenta que no dia 08 de dezembro do ano passado o egresso do Campus Ariquemes, Wanderson Novais, colou grau na instituição costa-riquenha. “Estudar na EARTH é, também, para nossos alunos uma forma de promover o idioma espanhol, eles já saem com uma base porque tem o espanhol no IFRO, e quando voltam já têm condições de continuar trabalhando na agricultura familiar que é a essência da universidade na Costa Rica”.

 

Tássia passa a ser a décima egressa do IFRO selecionada. Estando atualmente no curso da EARTH: Raquel Guimarães Alves, ex-aluna do Campus Ariquemes, que se forma em 2019.  Do Campus Colorado do Oeste ainda tem o João Rafael que está concluindo o curso e a Evili Maraí que conclui em 2019. Já a Arislayne termina em 2020. “Além de termos antes quatro alunos da antiga Escola Agrotécnica, que também se formaram lá, tivemos inclusive a professora Faelen do Campus Jaru. E o João Rafael, que neste momento está fazendo estágio na Universidade Federal de Viçosa e querem que ele volte para fazer mestrado lá na Costa Rica e se tornar professor”, acrescenta Rosane.

 

Processo de Seleção

 

Anualmente, os estudantes que estão concluindo a fase de ensino médio se inscrevem até o mês de maio, primeiro passando por uma seleção virtual e depois pelas fases de prova, entrevista individual e em grupo. Na última seleção realizada, Rosane Sasset conta que veio um professor diretamente da Costa Rica para fazer a nova escolha de estudantes. Sendo o Instituto Federal de Rondônia escolhido para sediar a seletiva devido a consideração que possuem, pois para eles aqui há um celeiro de bons estudantes para serem levados para estudar na universidade, “tanto que todos os anos eles têm pelo menos uma bolsa para os nossos alunos. São estudantes de cerca de 40 países, com mais de dois mil alunos selecionados a cada ano para a primeira etapa e desses serão 120 os pré-selecionados que poderão conquistar uma vaga na seleção final”.

 

Foram selecionados em 2017, para a fase presencial 19 alunos do Campus Colorado, um do Campus Ji-Paraná e dois do Campus Ariquemes. Eles passaram por uma prova de matemática básica, participaram de uma atividade em equipe em que necessitam resolver problema relacionado a questões agropecuárias e por uma entrevista individual. A fase seguinte consistiu no envio de um questionário socioeconômico e de comprovantes de bens e renda familiar. A docente de Colorado do Oeste ainda destaca que na EARTH os acadêmicos “precisam formar uma empresa no final do primeiro ano e, até então, os nossos alunos sempre ficaram entre os três melhores”.

 

Já em 2016, Arislayne Péres Mota concluiu o Técnico em Agropecuária no Campus Colorado do Oeste, mesmo ano que foi selecionada entre os mais de 2,1 mil candidatos de 35 países. Conceituando a universidade como porta de entrada de muitas oportunidades, Arislayne afirma que “estudar em outro país, aprender outro idioma, fazer amizades de vários países, conhecer culturas diferentes, tudo isso é enriquecedor. O ensino de espanhol obtido nos anos de estudo no IFRO me serviu de uma base importante para os meus estudos. Em dois meses já me comunicava sem dificuldade e fui muito bem recebida pelas pessoas”.

 

Além de agradecer a quem a apoia e a auxiliou neste período de mudança e adaptação, Arislayne conclui dizendo que ela e todos os brasileiros estão “esperando de braços abertos a nossa querida Tássia, que vai receber todo o suporte necessário para a adaptação nessa nova etapa da vida”.

 

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