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Em depoimento à CPI dos Shows, secretário da Semas diz que banda Cidade Negra foi a mais barata e atendia o conceito de meio ambiente
18/07/2015|  Autor : Assessoria|   Fonte : Assessoria


A Comissão Parlamentar de Inquerito (CPI) realizou na manhã desta quinta-feira (16) o segundo dia de oitivas que investiga possíveis irregularidades nas contratações dos shows do Cantor Alceu Valença e da Banda Cidade Negra por parte da Fundação Cultural de Porto Velho e da Sema - Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Na agenda das oitivas foram convocados Gláucia Simões Lamego – Proprietária da Empresa O BECO Produções; Edjales Benício de Brito – Secretário Municipal de Meio Ambiente; Marcos Nobre – Presidente da FUNCULTURAL e Júlio Cesar Brito de Lima – Auditor da Controladoria Geral do Município.
Já no horário marcado para o inicio do primeiro depoimento o advogado da empresária Gláucia Simões, proprietária da empresa “O BECO produções”, queria impedir o acesso da imprensa ao depoimento da cliente e disse que a depoente só prestaria esclarecimentos numa sala reservada.  O presidente da CPI Wildes de Brito(PT) rejeitou o pedido. Ela então não compareceu ao plenário onde seria ouvida pela CPI sobre os custos da banda Cidade Negra até Porto Velho no valor de 250 mil reais.
Glaucia foi dada como ausente pela CPI. De acordo com o relator vereador Everaldo Fogaça a Comissão irá estudar medidas que assegurem sua oitiva na próxima semana.
Edjales Benicio, secretário da Semas foi acompanhado do advogado Nelson Canedo. Ele respondeu a vários questionamentos dos vereadores, entre eles o motivo de ter escolhido a banda Cidade Negra para realizar o encerramento da semana do meio ambiente em Porto Velho. “Tinha que ser um grupo que se identificasse com as questões ambientais. Fizemos pesquisa. É muito difícil achar artista engajados com estas questões. Foi a banda mais barata e atendia o conceito de meio ambiente. A semana Nós Ambiente acontece em comemoração ao dia do meio ambiente que é uma dada escolhida pela ONU e aqui em Porto Velho está na sua quarta ediçao”, explicou Edjales.

O vereador Eduardo Rodrigues questionou o titular da Sema sobre o não pagamento  da segunda parcela do show da banda. Edjales afirmou que não pagou por recomendação da CGM – Controladoria Geral do Município. 
Eduardo Rodrigues não gostou da resposta e aumentou o tom de voz perguntando como as empresas que prestaram serviço fariam para receber. Edjales respondeu que se fossem constatadas as irregularidades não pagaria. “Se quiserem receber terá que procurar a Justiça”, sentenciou o secretário.
 
A resposta irritou o parlamentar. “O prefeito tinha que mandar o senhor ir embora. Está faltando responsabilidade. Tem que ter cuidado com a coisa publica. Foi usada estrutura da Funcultural e fizeram nota de empenho com empresa de fora. É assim que a prefeitura paga seus fornecedores?”, esbravejou Rodrigues.

Edjales respondeu que o recurso para pagamento existe. “Se o nosso órgão nos alerta para possíveis irregularidades temos que primeiro sana-las para então pagar. O recurso está disponível. Nós respeitamos sim nossos órgãos de controle externo”, disse.

O vereador Edmilson Lemos (PSDB) inqueriu o secretário se ele achava justo pagar o valor de mais de duzentos mil reais à banda. Edjales respondeu que o valor estava dentro dos parâmetros técnicos. “Acho justo sim. Na modalidade colocada não há discrepância de nenhum lugar do País”, opinou Edjales.

O vereador Jair Montes (PTC), líder do prefeito na Câmara, elogiou o secretário por ter comparecido à CPI. “Parabenizo o senhor pela coragem em fazer cultura como nenhum outro teria”.

A vereadora Fatinha Ferreira (PT) fez perguntas sobre os valores gastos com o camarim da banda e questionou o secretário se as atrações locais não teriam o mesmo talento que as bandas de renome nacional. “Nós de Rondônia temos que valorizar os artistas da nossa região. Cito exemplos como o grupo do distrito de Nazaré “Minhas Raizes” que já fizeram apresentações a nível nacional e tratam do tema meio ambiente. E também o artista “Caribé” que nas suas apresentações trata do assunto. Não seria mais interessante valorizar a cultura local? Indagou a vereadora.

O titular da Sema respondeu dizendo que a abertura da Semana do Meio Ambiente contou com o show de cinco atrações locais. “Inclusive a banda Versales. Eles relataram para mim que foi o maior publico que já tocaram na carreira. Em relação ao grupo “Minhas Raizes e Caribé” eles abriram a semana do meio ambiente em 2014”, justificou Edjales.

A vereadora então questionou o secretário quanto ao valor destinado pela Semas para o pagamento do cachê aos artistas locais e obteve a seguinte resposta do secretário: “Não efetuamos o pagamento. Foi em comum acordo a participação deles no evento”. A resposta gerou contentamento da plateia que lotou as galerias do plenário da Câmara. A cada resposta dada pelo secretário o publico respondia com aplausos. A cada pergunta feita por qualquer vereador ao secretário a plateia vaiava.
 
Fatima Ferreira devolveu a resposta dizendo que estava constrangida com a reação do publico que em grande parte segundo ela, era composta por artistas locais. “Eu não entendo como o pessoal da cultura aplaude o senhor, que paga 100 mil ao Cidade Negra e não paga um centavo aos artistas de Porto Velho. Isso é uma falta de respeito”, disse Fátima.

Finalizado todos os questionamentos por parte dos vereadores o depoimento do secretário da Semas Edjales de Brito foi encerrado pelo presidente da CPI e logo em seguida foi iniciada a segunda rodada com a oitiva do secretário da Funcultural, Marcos Nobre.


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