Depois de muito debate sobre a atual situação criada no transporte coletivo, que ameaça o emprego e as verbas rescisórias de aproximadamente 1.300 trabalhadores, a categoria aprovou por unanimidade o fim do movimento grevista iniciado nesta segunda-feira (06). Pesou na decisão, além das recomendações e ponderações apresentadas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o fato de que na prática não há com quem negociar, já que as atuais empresas perderam a concessão e a nova empresa que assumirá o sistema ainda não recebeu a transferência da concessão. A categoria responsabiliza integralmente o prefeito Mauro Nazif pela sua dramática situação.

Para os trabalhadores, suas representações sindicais e parlamentares, o prefeito Mauro Nazif estabeleceu um briga pessoal com as duas atuais empresas que levou-as à falência e agora eles não tem a menor perspectiva de receber sequer as verbas rescisórias e tão pouco qualquer garantia oficial do prefeito de que serão recontratados pela nova empresa que assumirá emergencialmente o transporte coletivo por seis meses; bem como, se os atuais funcionários serão absorvidos pelas empresas que vencerem a licitação definitiva, que deve ser pelo menos três, se Nazif cumprir a promessa de campanha de acabar como "monopólio de duas empresas"; tudo indica que ele terminará o seu mandato com um monopólio de uma empresa.

Diante deste quadro de indefinições e da falta de ter com quem negociar, a categoria decidiu que Mauro Nazif terá que assumir suas responsabilidades pela situação caótica que sua briga com as empresas criou para os trabalhadores no transporte coletivo. Uma mobilização permanente, com diversas atividades, terá início imediatamente, sendo que a primeira será uma acampamento em frente a prefeitura, que será liderado por parlamentares como Hermínio Coelho, Márcio Pacele, Everaldo Fogaça, dentre outros. A categoria será mobilizada pelo sindicato para apoiar essa ação solidária dos deputados e vereadores.

Outras atividade que será implementada de imediato, esta pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), será um "Placar" com os nomes e fotos dos vereadores "a favor" e dos que são "contra" (estes com telefones e e-mails) os trabalhadores do transporte coletivo. A categoria exige que Câmara de Vereadores, depois de ser desrespeitada pelo Prefeito e pelo secretário da SEMTRAN que não compareceram a uma audiência pública, aprovem a sustação do processo de licitação emergencial.

Esta licitação emergencial é considerada altamente suspeita, pois foi realizado duas vezes e apesar de envolver valores da ordem de quase R$ 30 milhões não apareceu uma única empresa com experiência em transporte coletivo interessada; apenas duas da área de fretamento, sendo que a "vencedora" é uma pequena empresa de São Paulo, a qual de 2013 para cá só teve um único funcionário registrado no Ministério do Trabalho e Emprego.

Para os trabalhadores o fim da greve representa apenas uma mudança na estratégia de mobilização, na qual as ações serão frequentes e pontuais, direcionadas para cobrar uma solução do prefeito Mauro Nazif e para sensibilizar os vereadores.