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Rondônia, quinta, 28 de março de 2024.

Nacional

Bancários de Rondônia protestam contra tentativa do Itaú implantar a ‘deforma’ trabalhista


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Bancários de Rondônia fecharam por duas horas, na manhã desta quinta-feira, 1/2, a principal agência do Itaú em Porto Velho, na avenida Dom Pedro II com José de Alencar, no Centro, em protesto contra a tentativa do Itaú de implantar aquela que já é chamada de ‘deforma trabalhista’ (que entrou em vigor no dia 11 de novembro de 2017) por meio de um de seus pontos mais nocivos: a não homologação das rescisões de contrato de trabalho via sindicato dos trabalhadores.

O Itaú, através de seu diretor de RH e Relações Sindicais, Sérgio Farjeman, anunciou nesta semana que as homologações das rescisões dos trabalhadores demitidos não serão mais feitas nos sindicatos, ou com a participação dos sindicatos. Em dezembro o banco também havia tentado promover alterações com relação à definição da data e período de férias. Havia estipulado que seus departamentos Jurídico e de RH definiriam novas regras de acordo com as mudanças da nova lei trabalhista.

“Isso representa uma verdadeira perversidade com os trabalhadores, pois sabemos que, desta forma, o banco pretende tirar de cena a figura do Sindicato – o guardião dos direitos dos bancários – no momento em que for pagar as verbas rescisórias, e poderá fazer este pagamento não respeitando os direitos desses trabalhadores, deixando de pagar alguns desses direitos ou até pagando a menor sem o menor pudor. Não podemos admitir que esse tipo de situação seja criada, pois o Sindicato existe para assegurar que, pelo menos na hora em que é demitido, o trabalhador receba a sua rescisão contratual com todos os direitos respeitados e devidamente quitados”, discursou José Toscano, diretor Jurídico do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) e funcionário do Itaú.

Já o presidente do Sindicato, José Pinheiro destacou que o Itaú é um dos principais ‘patrocinadores’ dos sucessivos golpes que o governo vem aplicando no país contra a classe trabalhadora, a exemplo das leis  – já aprovadas – da terceirização sem limites e a própria ‘deforma trabalhista’, bem como sonha com a aprovação da famigerada reforma da previdência para que o povo não tenha mais acesso à previdência social e seja obrigado a optar pela previdência ofertada pelos bancos privados, como o próprio Itaú.

“E está bem claro que essa tentativa de colocar em prática esses pontos nefastos da nova lei trabalhista, com o simples objetivo de retirar direitos dos trabalhadores, não é apenas do Itaú. O Santander já havia anunciado medidas prejudiciais aos trabalhadores levando em conta a famigerada reforma. E com isso estes bancos apenas confirmam aquilo que estamos falando há muito tempo, que são eles os maiores interessados na aprovação dessas iniciativas praticadas por este governo ilegítimo e que só quer acabar com os direitos dos mais pobres. São bancos que obtém lucros sucessivos, ano após ano, mas em vez de investir no social, gerando mais empregos, a cada dia se tornam os que mais demitem. E demitem funcionários que dedicaram 20 ou 30 anos de suas vidas ao trabalho que os enriqueceu, e demitem quando o funcionário mais precisa dele (o banco), que é quando ele (trabalhador) está adoecido. Portanto, estamos novamente aqui, denunciando à sociedade essa tentativa incessante do Itaú, e dos demais bancos, em acabar com os direitos de seus empregados e lucrar ainda mais em cima do sofrimento dos trabalhadores, dos clientes e dos usuários, que também não são respeitados e ainda são discriminados, como podemos ver num cartaz aqui na porta desta agência”, disparou Pinheiro, se referindo a um aviso exposto na porta de acesso da agência em que o Itaú descreve que mesmo após a abertura da unidade (às 8 horas) o atendimento das 8 às 9 será dedicado somente a quem for cliente Itaú.

Caso o Itaú não atenda à reivindicação de respeitar os direitos dos trabalhadores, que inclui a homologação das rescisões no sindicato da categoria, os bancários prometem voltar a fechar as agências em protesto, e por tempo indeterminado.

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