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Rondônia, quinta, 28 de março de 2024.

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Fiocruz identifica que sífilis é a doença mais comum dentro de presídios


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Fiocruz identifica que sífilis é a doença mais comum dentro de presídios de Porto Velho  Pesquisadora diz que os apenados terão tratamento especializado

Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz Rondônia (Fiocruz-RO) apontou que a maior incidência de infecções sexualmente transmissíveis de Porto Velho é a de sífilis. Um estudo realizado pela fundação em 2016 com, 846 reeducandos, apontou que que 8,6% deles estava com a doença. A pesquisa foi feita nos presídios Aruana, Centro de Ressocialização Vale do Guaporé, Urso Branco e Milton Soares de Carvalho (470).

Segundo a Fiocruz-RO, o estudo é apenas para a detecção das doenças sexualmente transmissíveis como prevalência de hepatites virais B, C e delta, sífilis e HIV na população privada de liberdade em sistema prisional fechado no Estado de Rondônia.

Dados mostraram que, do total de reeducando submetido aos exames, 1,4% apresentou resultado positivo para hepatite B, 0,8% para hepatite C e 1,4% para HIV. Dos 846 presos atendidos, 40,4% tinham entre 18 e 27 anos e 39,2% tinham entre 28 a 37 anos.

O médico do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia (Cepem), Juan Villalobos, explica de que “essas doenças que tem como principal mecanismo a transmissão via sexual, seja através de relação vaginal com mulher, anal e oral. A maioria das ISTs, além da transmissão sexual, é possível também à transmissão parenteral que significa, em geral, sangue com sangue de uma pessoa com a outra. Dentro dos presídios masculinos, os homens são infectados geralmente ao manter relações sexuais com outro homem seja com sexo anal ou oral que favorece muito essa transmissão”, explica o médico.

De acordo com a pesquisadora da Fiocruz, Deuselene Souza, após ser detectada a doença, o preso passa por acompanhamento. “Nosso trabalho não é só para identificar, mas sim acompanhar o trabalho clínico e laboratorial. Todos pacientes positivos são encaminhados para os médicos específicos e o tratamento pode ser feito dentro do presidio”, esclarece.

A pesquisadora destaca a importância do trabalho realizado nos presídios. “É importante detectar a doença ainda no início para impedir uma disseminação dentro de uma unidade carcerária. A gente tem que pensar que esse reeducando vai sair da prisão assim que pagar sua pena e vai se reinserir na sociedade e essa transmissão pode continuar acontecendo, caso ela não seja detectada e tratada. Até o segundo semestre de 2019 queremos estender o trabalho para outros municípios”, destaca a pesquisadora.

A pesquisa ainda evidenciou outras dados como: dos 846 presos atendidos, 40,4% tinham entre 18 e 27 anos e 39,2% tinham entre 28 a 37 etnia autodeclarada de modo mais recorrente foi a raça parda, com 59%, seguida de branco, 18%; e negro, 17,4%. Já o grau de escolaridade dos reeducandos foi considerado baixo. Segundo os estudos, 3,5% do público foi formado por analfabetos; 55,9% não concluíram o ensino fundamental e apenas 2,5% tiveram acesso ao ensino superior. Pelo menos 2% iniciaram uma graduação e 0,5% obtiveram diploma.

Os estudos foram feitos com apoio o Ministério Público (MP), Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia (Cepem), Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa), Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) e Faculdade de Rondônia (Faro).

Fonte: Rondoniagora

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