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Rondônia, quinta, 28 de março de 2024.

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Papais noéis contam sobre experiência de participar da alegria das crianças


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Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press

O Natal chegou. Entre decorações feitas especialmente para o dia, comemorações, compras de última hora e todo o simbolismo da data, há uma presença indispensável: o Papai  Noel. Esperado com ansiedade pelas crianças, o bom velhinho é presença garantida nos shoppings da cidade, fazendo a alegria da garotada.

Há oito anos assumindo o personagem, o Papai Noel João Batista de Oliveira Neto, 68 anos, por trás da barba, se revela um senhor simples e doce. No restante do ano, quando não está vestindo a roupa vermelha, o motorista aposentado se dedica aos cuidados com o seu sítio, em Luziânia. Ele diz que encara a fantasia para “fazer a alegria das crianças”. E garante que ele mesmo acreditou na existência de Noel até os 12 anos.

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Da experiência que traz do seu papel sazonal, ele comenta que a cada ano que passa se surpreende com a inteligência dos pequenos. “Aprendo muito. Tão novinhos e sabem tanta coisa. Às vezes, sabem coisas que nem eu mesmo sei”, garante. Ele admite que nem sempre compreende os pedidos que recebe. “Eu não entendo muito dessas coisas eletrônicas”, diverte-se.

Contudo, a pureza ainda tem lugar na infância e João confessa que se emocionou diversas vezes com a inocência das crianças. Em um dos episódios mais emocionantes, o Papai Noel ouviu um pedido de presente complicado. Criado pela mãe, uma criança queria ganhar um pai.  Ele lamenta que esse não foi um caso isolado. “Outra vez, um menino, que havia acabado de perder o pai, sentou no seu colo e pediu um pai novo”, lembra. “Eu não soube o que responder.  Acho que, às vezes, representamos a figura de pai para as crianças”, pensa.

E é o convívio com a inocência dos pequenos que entusiasma outro Noel, Wandyck Dantas, 67, ou como diz para as crianças, sua idade é 367 anos. Para ele, o sorriso que vê nos rostinhos é a melhor parte de atuar como o bom velhinho. “Toda criança sonha em ver o Papai Noel colocando presentes debaixo da árvore. Mesmo com algumas dificuldades e, de vez em quando, uns puxões na barba, o melhor a se fazer é acolher as pessoas e espalhar as coisas boas que o Natal traz”, assegura.
Há 22 anos encarnando o Noel dos Correios, Marcelo Noronha, 52,  diz que representar o bom velhinho é recompensador, principalmente pela alegria dos pequenos durante a entrega dos presentes. Para ele, o trabalho contribui para dar esperança às crianças. “Sempre acreditei no personagem como uma figura de paz. Sou católico e acredito no amor e no carinho. Para mim, Noel é a personificação de bons sentimentos”, enaltece. Ele conta que se voluntariou para fazer a entrega dos presentes e acabou se encantando com a atividade.
O projeto social é desenvolvido pela empresa Correios há mais de 25 anos. Crianças de todo o Brasil enviam cartinhas fazendo seus pedidos. As solicitações podem ser adotadas por qualquer pessoa que tiver interesse em contribuir com a iniciativa. Este ano, o Distrito Federal somou 25 mil cartas. Um total de 20 mil presentes foram entregues em 80 instituições, entre escolas públicas e creches.
“Antigamente, entregávamos os presentes de casa em casa e, em Brazlândia, em um dos bairros mais pobres, depois de receber o presente, um menino me pediu para esperar antes de ir embora. Ele foi em casa e me entregou um bilboquê, um brinquedo antigo, para me presentear. Provavelmente, aquele era um dos poucos brinquedos que ele tinha, mas o gesto dele me emocionou profundamente”, relembra Marcelo.
* Estagiários sob supervisão de Margareth Lourenço (Especial para o Correio)

Origem

O surgimento da figura do bom velhinho é atribuída à lembrança de São Nicolau, um arcebispo turco que viveu no século 4 e era conhecido por ajudar anonimamente aqueles que passavam por dificuldades financeiras.
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